10 formas eficazes de persistir nos nossos objectivos

A contagem decrescente para a meia-noite no último dia do ano é um momento único. Nesses escassos segundos sentimos que podemos apagar o passado e começar uma nova vida. Ao toque da meia-noite sentimos que todos os caminhos estão abertos para nós e que o mundo inteiro se encontra ao alcance das nossas mãos.

Brinde ao Ano Novo (créditos da imagem: Ginny)

Alguns fazem muitos planos, e outros ficam-se pela intenção de os fazer. Mas todas essas intenções, apressadas ou fruto de muita ponderação, têm que resistir ao teste do tempo. Muitas acabam por não resistir, e esses objectivos que nos fizeram sorrir no início de mais um ano, podem acabar por se tornar motivo de angústia e de dor.

Como definir então objectivos que resistam ao teste do tempo e nos façam felizes?


     1) Concentra-te naquilo que podes controlar

Não estou a dizer para tentares controlar tudo aquilo que se passa na tua vida. Pelo contrário, se queres definir objectivos que funcionem e que não se transformem em motivo de dor, precisas de abdicar da necessidade de controlar todos os aspectos da tua vida.

Em vez de definires valores e acontecimentos que não dependem de ti deves concentrar-te em aspectos que podes controlar e melhorar. Por exemplo, em vez de definir o número de visitantes que queres receber no teu blogue podes concentrar-te em aumentar a qualidade dos teus artigos e aprender mais sobre divulgação ou SEO.

E em vez de fazeres do teu objectivo: publicar um livro - podes concentrar-te em mandar X manuscritos este ano para serem avaliados por editoras.

Concentrarmo-nos em tarefas que podemos concluir aumenta a nossa auto-estima e diminui a probabilidade de virmos a perder a motivação.


     2) Evita usar o medo como forma de motivação

Quando dizemos a nós próprios: “eu tenho que escrever este artigo senão vou perder os meus leitores” - estamos a usar o medo a uma determinada situação para começar a agir. E embora isso possa resultar por uns tempos, esse medo acabará sempre por sabotar a nossa motivação a longo prazo.

Usar esse medo apenas nos obriga a relembrar a situação da qual queremos fugir. Com essa atitude acabamos por perder de vista os nossos objectivos e sabotar a nossa própria felicidade.


     3) Escolhe objectivos que te façam feliz agora

Os planos que fazemos costumam implicar sacrifícios, muito trabalho e nenhuma satisfação imediata. Passar 10 anos a trabalhar sem ver a luz ao fundo do túnel não é algo que possamos fazer de ânimo leve.

Assim, em vez de adiares constantemente a tua felicidade: “eu vou ser feliz quando perder 10kg” - tenta encontrar prazer naquilo que fazes no dia-a-dia. Concentra-te naqueles objectivos que te fazem sentir bem agora, e não daqui a 5 anos.

Com isto não quero dizer que deves evitar objectivos que dêem trabalho em nome do prazer imediato. Apenas quero realçar que, quando certas actividades não trazem nenhum prazer é pouco provável que tenhamos a motivação para continuar com elas durante anos.

Se não conseguires sentir nenhum prazer ao escrever, correr, nadar ou qualquer outro objectivo a que te propuseste deves perguntar-te se é mesmo isso que queres.


     4) Pequenos passos levam a grandes viagens

"Este ano vou parar de fumar, começar a fazer exercício e começar a comer melhor". Fantástico, parabéns. E quando voltarmos a falar daqui a uns meses tenho a certeza que esqueceste por completo essa promessa.

É muito importante saber sonhar alto, mas experimenta olhar para o cume de uma montanha que deves subir e tenho a certeza que o caminho te parecerá dolorosamente longo.

Devemos estar conscientes do nosso objectivo final senão corremos o risco de deixar de evoluir. Mas devemos também evitar relembrar, constantemente, o caminho que falta percorrer.

Não te preocupes se, ao início, não tens a certeza do caminho a seguir, os passos que deves dar acabarão por se tornar óbvios com o tempo.

Por isso, em vez de ficares aterrorizado com o volume de trabalho que exigem certos objectivos como escrever um livro, deves concentrar-te em ir escrevendo algumas páginas todos os dias. Se dividires uma grande tarefa em pequenas acções que podes ir realizando a cada dia, o caminho deixará de te parecer tão longo e agonizante.


     5) Um dia perdido não é o final da luta

Por vezes ficamos tão obcecados com um determinado objectivo que acabamos por perder as nossas forças e determinação em pouco tempo. Queremos fazer tanta coisa que não reservamos um tempo para descansar e desfrutar do presente.

O caminho é longo, e dares o teu máximo todos os dias pode ser estafante e desmotivante. Por isso, se hoje não tiveres forças para continuar encara isso como um aviso de que precisas de fazer uma pausa. Descansar não significa desistir.

Se hoje não fores capaz de correr não dês muita importância ao assunto. Porque parar hoje não te impede de continuar amanhã.


     6) Aprende a descansar

No ponto anterior já realcei a importância de fazer uma pausa. O problema é que muitas vezes não sabemos como descansar verdadeiramente.

Ver televisão, navegar na internet, ler livros técnicos, aprender uma nova habilidade, NÃO é descansar. É cansar ainda mais a nossa mente.

Quando estudava costumava fazer pausas para ver televisão, ou tocar guitarra. E na maior parte das vezes essas pausas prolongavam-se para além do desejado e eu acabava por perder toda a motivação para continuar a estudar. Nessa altura percebi que descansar é permitir que o nosso cérebro e o nosso corpo relaxem profundamente.

Para alcançar o estado de relaxamento que te permita descansar podes:
  • Fazer uma sesta;
  • Dar um passeio no parque ou simplesmente à volta do teu bairro;
  • Ouvir uma música relaxante;
  • Meditar;
  • Fazer exercício físico.


     7) Evitar algumas tarefas pode não ser sinal de preguiça

Eu quero ser escritora, não é segredo para ninguém, senão nunca teria começado este blogue. No entanto, o querer nunca foi suficiente. Continuo a arrancar cabelos sempre que tento preencher páginas em branco.

E por vezes chego a desistir temporariamente dos meus objectivos. Durante muito tempo pensei que isso fosse sinal de preguiça. Mas agora percebo que eu apenas tinha medo. Tinha medo que os meus textos fossem horríveis, que ninguém os quisesse ler. Ainda tenho esse medo, mas aprendi a lidar com ele dando permissão a mim própria para falhar, para escrever textos horríveis, para continuar à secretária agarrada ao computador mesmo quando só saí porcaria.

E isso ajudou-me muito a superar esses meus receios. Por vezes evitamos agir porque temos medo de sofrer com a humilhação. Mas temos que perceber que se formos esperar até que as coisas nos saiam perfeitas podemos esperar toda uma vida.

“É melhor fazer algo imperfeito do que fazer nada sem falhas”
Dr. Robert Schuller

Os feitos que mais nos inspiram estão longe de serem perfeitos, na realidade é a sua imperfeição e falhas que nos enchem de coragem.

Recomendo que leias: "Allowing myself to suck"


     8) Mantém um diário do teu percurso

Escrever para nós próprios pode ser uma experiência muito esclarecedora. Principalmente se escrevermos sobre os nossos medos e expectativas. Porque em pouco tempo começaremos a notar padrões de comportamento e a determinar a origem dos nossos receios. Receios que muitas vezes são recorrentes e nos impedem de concentrar.

A memória humana é falível. E não vigiar os nossos sentimentos e os resultados das nossas acções pode levar-nos a persistir no mesmo erro vezes sem conta, sem que nos apercebamos disso.

Se fores capazes de parar 1hora por semana para reflectir sobre os resultados das tuas acções vais poupar tempo valioso e certificar-te que não te desvias demasiado dos teus objectivos.

Para saber mais recomendo que leias o livro de Dave Navarro: “More Time Now (faz o download aqui)


     9) É preciso saber quando desistir

Quando um sonho deixa de fazer sentido e deixa de nos fazer sentir bem connosco próprios, o melhor que podemos fazer é desistir. Continuar a lutar por algo que não nos faz felizes é estúpido. E contudo, muitas vezes recusamo-nos a desistir quando esse objectivo já exigiu de nós demasiado trabalho.

Porque se desistirmos dele sentimos que estamos a abrir mão do sentido da nossa vida. Sentimos que estamos a renunciar a uma parte de nós e que todo o tempo que dedicamos a esse objectivo foi tempo desperdiçado.

Infelizmente, ninguém te pode assegurar que os anos de experiência num determinado trabalho te vão servir de algo. Tens que ser tu a reunir a coragem para mudar a tua vida e acreditar que todo aquele tempo que dedicaste não foi em vão. Acredita, e o futuro encarregar-se-á de te trazer as respostas.


     10) Não partilhes apenas para seres reconhecido


Sê sincero, porque é que sentes a necessidade de partilhar os teus objectivos? Não estarás à procura de reconhecimento? De felicitações?

Na verdade muitas vezes partilhamos apenas porque queremos ouvir palavras de apoio dos nossos amigos. Queremos ser reconhecidos mesmo antes de termos feito o que quer que seja para merecer esse reconhecimento.

Neste ponto podes escolher entre:

  • Partilhar em forma desafio
Dizer que vamos cumprir um determinado objectivo diante dos nossos amigos pode dar-nos a motivação para cumprir prazos e irá impedir-nos de recuar. Contudo, a tua escolha deve sempre depender da tua personalidade. Eu, por exemplo, prefiro…

  • Guardar os objectivos para mim
Eu prefiro não partilhar porque sempre que partilho sinto que não me esforço tanto como se tivesse guardado esses sonhos só para mim. Sinto também que, ao revelar os meus sonhos, algumas pessoas começam a pressionar-me para que eu siga direcções que, na verdade, não desejo seguir.

Ao guardar os meus objectivos só para mim tenho a oportunidade de trabalhar ao meu ritmo e de aprender a construir a minha motivação. Assim não tenho que depender dos outros para ter a coragem de avançar.

E tu, o que fazes para não perder a motivação?

8 comentários:

Principe Encantado | 3 de janeiro de 2011 às 18:18

Dentre todas esta é a chave
"Se dividires uma grande tarefa em pequenas ações que podes ir realizando a cada dia, o caminho deixará de te parecer tão longo e agonizante."
Muito bom.
Abraços forte

Ana Reis | 3 de janeiro de 2011 às 18:40

Olá Principe. Obrigada pela sua visita e comentário! Sem dúvida, para mim o mais importante foi aprender a dividir uma grande tarefa em pequenas acções e perder o medo de arriscar e de cometer erros.
Isso libertou-me para eu começar a fazer compromissos sérios comigo mesma.
Um grande abraço

Anónimo | 3 de janeiro de 2011 às 21:21

Olá querida !!!

Maravilhoso seu texto, parei para refletir aqui em vários tópicos, pois são coisas muitas vezes simples, mas que esquecemos ou preferimos não praticar por receio ou ignorância !
Vou favoritar para não perder o foco este ano !!! Obrigada por compartilhar conosco estas informações importantíssimas e relevantes para a vida de todos nós !!!
Confesso que sou daquelas que perde logo a motivação, preciso aprender a mudar isso e ser mais perseverante !
Um super beijo !!!!

Ana Reis | 3 de janeiro de 2011 às 21:35

Olá Sam! Fico muito feliz com a sua visita e com o seu comentário. Eu também tenho muitas dificuldades em manter o foco a e motivação, por isso entendo muito bem esse sentimento. Diria que a 11ª regra seria relembrar os nossos motivos para mudar constantemente. Porque a vida às vezes torna-se tão confortável que, se não tivermos um motivo forte acabamos por desistir sem ter sequer tentado.
Sam, desejo-lhe muita sorte para este ano. E espero que consiga manter a motivação.
Um grande abraço

fernanda | 4 de janeiro de 2011 às 20:22

Gostei do Post! Já pensou em divulgar também no www.plik.com.br ?

Ana Reis | 4 de janeiro de 2011 às 20:59

Olá Fernada, seja bem-vinda ao meu blogue. Muito obrigada pela sua visita e pelo comentário. Não conhecia o plik.com.br vou considerar essa ferramenta para divulgar o blogue.
Um abraço

Anónimo | 4 de janeiro de 2011 às 21:37

muito bom o texto

Ana Reis | 4 de janeiro de 2011 às 22:20

Obrigada por comentar Anónimo. Um abraço

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