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Pedras no caminho

No regresso de Las Palmas a euforia e felicidade camuflaram discretamente todos os sentimentos por resolver que se debatiam dentro de mim.
Por uns tempos a ansiedade e tumulto não me pareceram importantes, apenas pequenas pedras no meu caminho que em nada alteravam o rumo que eu decidira tomar...

Até que o silêncio se tornou insuportável e aquilo que eu tomei por certo começou a desmoronar. E, aquelas pedras que eu ignorei, percebi, eram pequenas partes de mim que deixaram de me servir. Porque, uma vez que decidi abraçar o mundo e as mudanças que em mim irá produzir, nada tenho a temer. Ainda me resta um longo caminho a percorrer...
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Amanhecer


Há dias que acordamos e estamos seguros que o mundo descansa glorioso sob os nossos pés...
Há dias que temos a certeza que nunca nos deixaremos pisar, calcar, humilhar...
Há dias que perseguimos os nossos sonhos e brindamos loucos no festejo das nossas façanhas...
Há dias que nos olhamos ao espelho e só vemos o brilho e as coisas boas...
Há dias que temos a certeza quem somos e aquilo que queremos ser...

Mas há outros dias que a nossa frágil esfera se desfaz e somos fulminados pela verdade contida em cada nascer do sol, a irrecusável certeza de que cada início esconde um fim, e esse será sempre imprevisível, improvável...

Apenas podemos esperar que nossos esforços não sejam em vão, que consigamos conquistar o que está para além do nosso horizonte.

Até breve
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Pelo caminho...


Enquanto observava com fascínio o mar ao som do suave ronronar do comboio, pensava na vida e naquilo que me espera. Nestas alturas, quer eu queira quer não, costumo perder-me a contemplar o passado... talvez à procura de respostas, de sinais.
E senti que era mesmo verdade aquilo que descobri há uns meses, que tudo o que vivi até agora não provocou mudanças em mim, apenas me fez perceber muitas coisas, principalmente fez-me ver aquilo que eu sou na realidade.
Se para muitos essa pode ser uma expressão de felicidade e deleite, a verdade é que, para mim, acabou por ser um pouco chocante. Foi como viver toda a minha vida sem nunca ter olhado um espelho e, de repente, alguém colocasse um diante de mim e o reflexo fosse bem diferente do esperado.
Diria que aquilo que perdi no processo foi a minha ingenuidade e talvez inocência. Crescer é um processo doloroso, mas no fim sei que serei aquilo que quero e sonho ser. Essa ingenuidade só me trouxe problemas no passado eu sei... mas também fez de mim uma pessoa sensível, sonhadora e idealista. O facto de a perder só fará com que eu a aprecie mais...

Parece que afinal me aceitaram no Mestrado em Madrid... Para o ano estarei a escrever de terras bem diferentes e terei novas aventuras para contar. Aventuras de uma natureza mais pessoal, visto que estarei sozinha a encarar um futuro bem diferente daquilo a que estou habituada.

Até breve
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