O fim...
Este será o último artigo deste blog.
Acabaram-se as semi-promessas, semi-sérias e semi-cumpridas.
Adiei esta decisão por demasiado tempo. E apenas deixei que tudo se complicasse
pelo caminho.
Portanto, aqui estou eu, a desistir com todas as letras.
Analisei esta questão de muitas perspectivas e feitios.
Pesei todas as minhas dúvidas, razões e certezas. E, no final, percebi que toda
essa doentia análise foi apenas um desperdício do meu tempo.
Agarrar-me a este “compromisso” tem sido um desconforto com
o qual tenho tolerado viver. Mas quando 2013 entrou de rompante, sem deixar
tempo para grandes preparações mentais, senti necessidade de virar a página.
Deixei que este blog me definisse. Deixei que este tema me
definisse. E deixei que todo o frenesim da profissionalização da blogosfera
moldasse os meus objectivos.
Quando dei por mim estava a querer mais leitores, mais
comentários, mais partilhas. E estava, lentamente, a esvaziar a minha escrita
de qualquer personalidade para injectar as mais de milhares de dicas que
crescem pela internet.
Fui uma idiota. Mas quem não o é de vez em quando?
Tentei entregar conteúdo útil e de qualidade e recebi
comentários de pessoas maravilhosas. Tinha tudo o que era preciso para
continuar a crescer. Excepto motivação, claro.
Deixei de escrever como queria realmente escrever. Porque o
medo de ser rejeitada e ignorada abafou tudo isso. E passei a escrever como se
fosse outra pessoa. Mais perfeita, mais entendida, mais sábia.
E a realidade é que a minha vida é um caos! Estou a fazer o
melhor que posso e estou a falhar miseravelmente, vezes sem conta.
Novidade: eu não sou perfeita, ninguém é.
Nem um layout profissional e umas palavras bonitas podem
disfarçar isso, é loucura tentar mudá-lo. E é loucura criar uma imagem de
perfeição para empacotar e vender em massa.
Não sou a mesma pessoa que era quando comecei este blog. Na
altura tinha toda a espécie de ideias patéticas e ingénuas sobre a vida. Agora
passei por algumas desilusões e surpresas. E vejo que todo o tempo que passo a contemplar
o passado à procura de respostas é uma oportunidade que perco de encontrar um
caminho diferente. Preciso de começar de novo. Sem o peso deste passado nas
minhas costas.
Ignorei algo importante nesta jornada. Ignorei o facto da
minha escrita possuir uma vontade própria. Posso melhorá-la e aprofundá-la. Mas
não posso transformá-la naquilo que ela não é. E ela não é isto! Não é este
blog, nem estas ideias, nem estas palavras.
E por muito que tente, ela não se vai comportar como eu
quero, só porque é mais bonito assim. Os talentos têm que ser nutridos e têm
que falhar consistentemente para poder crescer. Não podemos formar escritores,
nem devemos querer formatá-los. Caso contrário passaremos todos a “cuspir” o
mesmo discurso e não haverá nada de diferente para provocar as nossas mentes
adormecidas.
Preocupamo-nos demasiado em perpetuar um estilo uniforme para
não ter que enfrentar o fracasso. Mas sem erros a vida seria monótona.
Por tudo isso decidi avançar. O blog continuará no ar por
algum tempo. Mas, por razões óbvias vou deixar de responder a comentários.
Inclusive neste post. Disse tudo o que tinha a dizer. E agora tudo o que me
resta é seguir em frente.
Um abraço especial a todos os leitores fantásticos que me
acompanharam.
Estou seriamente empenhada em criar um novo blogue. Se depois
de tudo isto ainda me quiseres acompanhar fica atento às minhas novidades no
twitter ou no facebook.
Até breve