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Ano novo

Não consigo acreditar que já passou mais um ano, custa acreditar, por um lado fico arrasada ao pensar naquilo que gostava de consquistar e como os meus avanços muito se parecem com passos de bebé; por outro lado (quando tento ser mais realista) sinto-me até alegre ao ver as pegadas no caminho que já percorri...
Sei que estas são alturas de arrumação, definição e compromisso...
Nunca tive um particular talento para as últimas duas... se calhar é por isso que não consigo começar a escrever o meu livro - medo, especialmente da definição! Acho que me acomodei e de nada me serve saber que não sou a única, enquanto permanecer pouco definida nada me pode atingir... Eu acho que só por termos a iniciativa de subir uma montanha já nos definimos como pessoas, só por termos coragem de lá permanecer assumimos perante todos a nossa identidade... se nos mantivermos na base não há nada a temer nem nada a alegrar...

Se calhar é isso que me assusta, também o compromisso, acho que prezo demais a minha própria liberdade, tanto que já deixei escapar algumas oportunidades maravilhosas! Não posso esperar que o ano novo resolva todas as minhas dúvidas e medos... vendo bem, se eu tivesse nascido noutra altura, se o calendário fosse diferente, se não existisse sequer a palavra ano... no fundo a passagem é um dia igual aos outros, apenas morte, escuridão e nascimento...
Mas não posso esconder que lá no fundo desejo que tudo mude, que tudo o que eu quero se torne realidade... aliás desejo eu e a maioria das pessoas! Acho que não faz mal um pouco de esperança, talvez me dê coragem para seguir em frente, seja qual for o caminho ou os obstáculos que tenho que ultrapassar:)

Um bom ano para todos:)
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De volta a terras lusas...

Nunca estive tão ansiosa por voltar como nas últimas duas semanas em Las Palmas...



Tinha mesmo saudades de tudo isto, dos meus pais e irmão, dos meus amigos, da minha casa, dos meus gatos:)! Mas o regresso nem sempre é o que esperamos, muitas coisas são mais e outras são muito menos...


Com o atraso do voo em Madrid a minha paciência foi posta à prova, estava mais do que nervosa por ser a primeira vez que viajava sozinha e por causa da ansiedade toda que pulsava no meu peito... a vontade imensa de voltar a pisar a minha terra:)


Ter que esperar pela mala estava a dar comigo em doida... mas finalmente lá apareceu ela, uma aberração cinzenta com aproximadamente 10kg... os quais tive que carregar sozinha pela complicada viagem de autocarro até ao aeroporto em Las Palmas (conselho... nestas situações levem sempre malas com rodinhas)! Foi pegar na mala e tentar não correr demasiado para finalmente ir ao encontro das pessoas que amo! Afinal sempre é verdade aquilo que dizem, que só sentimos a falta que certas coisas nos fazem na sua ausência:)


Muitos abraços com carinho à mistura depois ainda me esperava uma longa viagem desde Lisboa até casa... mas essa não me custou absolutamente nada... já tinha saudades de simplesmente falar com a minha família cara a cara, sem me preocupar se a webcam vai funcionar, se a Internet se vai manter ligada... tinha saudades destes pequenos momentos:)

Depois veio o reencontro com os amigos, esse um pouco mais atribulado e confuso para mim... mas deu para perceber o quanto eu tinha mudado. E acho que no fundo fiquei a perceber algo bastante importante...
Quanto mais crescemos e descobrimos o rumo da nossa vida, quanto mais evoluímos e nos tornamos verdadeiros mais nos afastamos dos outros... não num mau sentido, mas no sentido em que deixamos de ter um pensamento de grupo e começamos a acreditar e a dar mais credibilidade à nossa própria forma de pensar, no sentido em que nos tornamos mais independentes, mais fortes, mais nós...

As fotos deste post são da ceia de Natal do JOCA. tenho pena de não ter fotos do jantar de CMA e da flower... mas são momentos que vou guardar com carinho no meu coração!
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Regresso...

Não sei porque insisto em escrever posts a esta hora, ainda por cima com aulas no dia seguinte... sei que amanhã ao ouvir o despertador o vou lamentar! Adoro dormir, e adoro acordar devagar, os despertadores estragam em completo o meu dia...
Ao menos ao fim de 20anos acho que já aprendi a lidar com eles e quando chega à parte do pequeno-almoço já estou mais bem disposta:)

O que é que isto tem a ver com o título deste post? Pois... absolutamente nada, mas um escritor inspirado de certeza que arranjava maneira de estabelecer essa ligação...
Hoje não é um bom dia... lol!

Parece que falta mesmo pouco para voltar... se há uns dias estava insuportavelmente ansiosa por voltar acho que finalmente consegui acalmar esse sentimento. Esse regresso sempre teve um grande significado para mim... na minha mente sonhava voltar uma pessoa completamente diferente e espantosa. Vá, não digo diferente, mas sim mais verdadeira comigo mesma e com os outros...
E o regresso significava que eu ia poder mostrar aos outros, provar-lhes até o quanto tinha mudado... não sei, se calhar era o meu orgulho a falar mais alto!
Nestes dias tenho tido oportunidade para pensar nisso (até porque o tempo está péssimo e sem televisão em casa é provável que eu comece a dar em doida), e acho que mudei mesmo muito... essa necessidade infantil que tinha antes de me mostrar e provar o quanto evolui agora é nada mais que um sentimento vago que deixou sequer de fazer sentido.

É verdade, eu mudei, ou pelo menos acredito nisso... é verdade que os outros podem não o notar... e é verdade que depois de passar tanto tempo na ausência daquele afecto a que estava habituada, depois de perceber como é duro não ter alguém que nos estenda a mão quando caímos, ouvir apenas comentários duros e desprovidos de qualquer vontade de ajudar...
Acho que comecei a perceber o que torna aquelas pessoas fantásticas como Martin Luther King capazes de aguentar tanta adversidade, acho que percebi finalmente o que significa ser auto-confiante, defender os nossos pontos de vista e encontrar a paixão naquilo que fazemos...

Nada disso vem de fora... nada disso vem dos outros, vem apenas de mim e apenas estava adormecido, à espera que uma tempestade o arrancasse do seu profundo torpor...

Música do dia:
"Back to black" Amy Winehouse
Digam o que disserem dela, a sua voz é incomparável...
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Natal?

Por aqui nem parece Natal, tenho saudades de sentir frio, dos cachecois, casacos e camisolas quentes e fofas, tenho saudades de beber um chá quente com bolachas só para aquecer, tenho saudades de tomar um banho quente, de estar sentada junto à lareira... enfim, tenho saudes de todas as pequenas coisas que sempre tomei como garantidas...

Parece que nunca mais chega o dia de voltar!
Entretanto sei que não tenho tido o melhor comportamento, não tenho feito nem um esforço para estar na terra... não consigo explicar porque não consigo sequer disfarçar essa minha ausência de espírito! A minha mente vagueia por outros mundos sem vontade de voltar... porque muito pouca coisa me motiva a ficar neste momento.

Sinceramente, depois de perceber que o rumo que a minha vida tomou é tão diferente do que eu na realidade gostaria fico sem vontade de lutar! Se calhar preciso só de uns tempos para acalmar os meus pensamentos, para encontrar uma maneira de voltar a ter força para me levantar... ou se calhar não... só sei que, neste momento é como se estivesse deitada no chão num dia de chuva à espera de ver as estrelas...

Música do dia:

"All I want for christmas" Mariah Carey
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Caminhos

Hoje nem estava com vontade de escrever, mas prometi a mim mesma que ia contar toda a confusão que tem passado pela minha cabeça e prometi que o faria se não tivesse resposta aos mails na minha caixa de correio...
Ups, acho que só os espanhois lhe chamam isso, mas já estou naquele ponto que começo a trocar o espanhol e o português...

Tudo isto para arranjar coragem para escrever aquilo que realmente desejo escrever :s
A verdade é que há alturas na vida em que questionamos se realmente estamos no caminho certo. Nestes dias (especialmente depois de ver um filme de dança) tenho pensado imenso nisso, há uma parte de mim que não desvanece, que não atenua, que simplesmente não desiste... a parte de mim que desejava ter sido bailarina, música, actriz...
Sempre pensei que isso fosse um sonho infantil (se calhar até é...), mas a verdade é que essa paixão simplesmente não desaparece! Então, se eu realmente segui o caminho errado, todos os passos que tenho dado apenas me estão a afastar das coisas que verdadeiramente quero...

Ter a coragem de mudar e a força para aguentar o simples pensamento de: "a minha vida não é nada do que devia ser... eu não sou nada do que devia ser"! Parece que me foi roubada a oportunidade de ver o sol brilhar...
Nem sei como arranjei coragem para escrever tudo isto aqui, normalmente não costumo ir tão longe, ao ponto de revelar os meus sonhos aos outros. Se calhar porque tive o azar de dizer que queria escrever um livro ou queria dançar e de, a única coisa que ouvi como resposta foram risos sarcásticos!
Claro que esse tipo de atitude me motiva ainda mais agora... mas quando era criança apenas me fizeram sofrer. Acho que, eventualmente todos passamos por isso...

Mas agora que sinto que estou num caminho que me leva para onde não quero, agora que estou por aqui onde não há nada que eu possa fazer, nada que eu consiga fazer... apenas tenho que tentar não perder todas as coisas boas que ganhei até este momento. Coisas que, apesar de não terem sido todas boas foram sem dúvida enriquecedoras:)

Música do dia:
"Homeless" de Leona Lewis
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