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O caminho para encontrar os nossos talentos

Ao mudar-me para Madrid em Outubro de 2009 trouxe comigo os meus pertences essenciais, uma folha que me autenticava como estudante do mestrado de jornalismo e comunicação da ciência e uma mão cheia de incertezas.

Na verdade, desde tomei a decisão no início desse ano fui constantemente assaltada por dúvidas sobre a minha própria sanidade mental. Certamente não estava preparada para viver fora por minha própria conta e risco, nem tinha sequer a certeza de que queria dedicar-me a esta área de trabalho no futuro.

Fotografia de Marc

Mas o meu orgulho obrigou-me a calar os meus receios e, quando dei por mim estava sozinha num país estranho e numa casa desconhecida, com as malas por desfazer e suores frios a percorrem o meu corpo.

Sozinha numa grande e desconhecida cidade...

Não tinha a mais remota ideia do que me tinha levado àquele momento. Sempre fui a menina ponderada, mas neste caso percebi que o que me tinha levado ali fora um impulso e uma vontade inconsciente de testar os meus limites. Na verdade, estava profundamente aborrecida com a minha vida...

Depois de tanto tempo a tentar integrar-me, percebi que todas as decisões que tomei, apenas serviram para alimentar um sistema monótono e uma sociedade com a qual não me identifico. A minha vida estava no modo de piloto automático, sempre dentro dos limites pré-estabelecidos.

Por isso tinha sido incapaz de encontrar a minha própria voz, estava apenas a viver os sonhos que outros tinham preparado para mim.

Francesco Clemente, quando lhe perguntaram numa entrevista como é que uma pessoa encontra a sua própria voz enquanto pintor, respondeu simplesmente:

"Tens que arranjar espaço, se estás sempre ocupado a sorte nunca te poderá encontrar".

O que significa arranjar espaço na nossa vida?

Nem sempre os nossos talentos e sonhos são óbvios, mesmo para nós próprios. Por isso é tão importante deixar um espaço para que eles se possam manifestar. Uma tarefa difícil para os dias de hoje em que andamos demasiado absorvidos com a nossa rotina e obrigações.

O espaço do qual nos fala Clemente foi o espaço que eu descobri quando fiquei sozinha numa grande cidade. Porque saí da minha zona de conforto, onde tudo é familiar e seguro, e isso ensinou-me que tudo o que sabia e tomava como certo era apenas uma parte da verdade.

Tudo aquilo que tinha aprendido até ao momento não me iria ajudar a enfrentar esta nova aventura. O choque com uma realidade que eu não podia controlar despojou-me de tudo o que era acessório e desnecessário e fiquei apenas eu! Arranjei um espaço na minha vida, livre de conceitos e preconceitos.

Ao início foi aterrador, mas, ao desviar-me do caminho que antes percorria encontrei verdadeiros tesouros, livrei-me de velhas crenças e tornei-me mais real, tornei-me mais eu com todas as minhas qualidades e falhas ao descoberto.

O quero dizer com tudo isto é que às vezes passamos pela vida em piloto automático, pensando que já sabemos tudo o que há para saber. Essa sabedoria por vezes satura-nos e fecha-nos a novas perspectivas sobre o mundo e sobre nós. Para criar um espaço para que se manifestem os nossos verdadeiros talentos é preciso abanar as nossas convicções e contemplar as paisagens que estão para além da nossa janela.

Fotografia de Grant MacDonald

Quando nos sentimos confusos quanto à nossa vocação (para saber mais lê o artigo: como encontrar a tua vocação?) e quando não conseguimos encontrar uma solução para os nossos problemas é porque, provavelmente, estamos saturados de conhecimentos que não nos ajudam verdadeiramente.

Como disse Moat quando a sua filha lhe levou o soldado Jake Sully, no épico Avatar:

"Não se pode encher um copo que já está cheio"

O significa que se queres realmente as respostas a certas perguntas tens que ver o problema com uns novos olhos. É necessário que te livres das crenças que te impedem de evoluir, é necessário que esvazies o teu copo, para que o teu talento e a sorte tenham a oportunidade de entrar.

E como se consegue isso?

"Não podemos resolver problemas com o mesmo tipo de pensamento que usamos para os criar"
Albert Einstein

O caminho para encontrar sonhos e talentos não é mesmo para todos. Mas exige sempre que nos atrevamos a sair da nossa zona de conforto e enfrentemos as nossas próprias inseguranças. Se conscientemente nos empurrarmos para situações que escapam ao nosso controle será possível livrarmo-nos das nossas máscaras.

Estas situações que nos deixam desconfortáveis não são as mesmas para todos. Para uns podem ser situações simples do quotidiano, enquanto que para outros pode ser necessário sair do país e isolar-se num local completamente desconhecido. Alguns exemplos mais concretos:

  •     Aprender um novo idioma numa turma de completos desconhecidos,
  •     Aprender a dançar,
  •     Aprender a andar a cavalo,
  •     A meditar,
  •     A cantar,
  •     Fazer desportos radicais,
  •     Fazer voluntariado,
  •     Falar com um desconhecido na rua,
  •     Fazer um retiro espiritual...

O limite é a tua imaginação. Não te limites ao que pensas que sabes sobre a vida, atreve-te a expor a situações que não podes controlar, corre riscos, conhece-te a ti mesmo sem a máscara do ego. Abraça a vida tal como ela é e não como os outros dizem que tem que ser.

Em contacto com o desconhecido percebemos que as respostas que procurávamos estavam dentro de nós.

E tu, alguma vez sentiste que em situações desconfortáveis ficaste a saber mais sobre ti mesmo?


(Espero que não achem que é egoísta da minha parte usar as minhas próprias experiências como ponto de apoio, mas, à falta de um doutoramento em psicologia apenas tenho as minhas vivências e as palavras de outros para me apoiarem.)
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5 formas simples e poderosas de organizares a tua vida

A vida é incrivelmente curta... bem, pelo menos era o que eu costumava pensar. Mas a verdade que poucos estão dispostos a admitir é que a vida dura exactamente o tempo que tem que durar. O que fazemos com esse tempo, já é outra história.

A maioria das pessoas prefere esperar o momento adequado, a oportunidade ideal, o golpe de sorte perfeito. Enquanto passam pela vida sentindo que desperdiçam todo o seu tempo em tarefas inúteis.

Fotografia de Umberto Salvagnin

Eu costumava invejar a sorte das pessoas que me rodeavam, costumava sentir-me triste e deprimida. Cheguei mesmo a acreditar que tinha nascido sob a influência de uma estrela azarada e que todos os meus esforços estavam destinados ao fracasso!

Nem todos somos tão dramáticos nas nossas reflexões, mas aposto que, em algum momento da tua vida desejaste ter um pouco dessa sorte. Porque se a tivesses, nem que fosse por um breve período de tempo, a tua vida seria muito melhor.

Detesto ser eu a dar-te a má notícia: esse tipo de sorte não existe! É um conceito inventado, que apenas nos faz sentir bem quando não fazemos absolutamente nada para lutar pelos nossos sonhos. Aquilo que desejas não vai simplesmente cair no teu colo ou bater à tua porta. A verdadeira sorte exige um pouco mais de suor que a sorte a que nos habituaram os contos de fadas.

O poder da organização

"Tendemos a sobrestimar aquilo que somos capazes de completar num só dia, e a subestimar o que podemos alcançar em largos períodos de tempo."

Chris Gillebeau autor do blogue "The Art of Non-Conformity"

Todos nós temos objectivos e sonhos que gostaríamos de concretizar. Mas o tempo parece estar contra nós. Entre dormir, comer, trabalhar, ver televisão ou navegar pela internet as horas parecem escapar-nos por entre os dedos.

Por isso é tão importante aprender a gerir o nosso tempo e as nossas prioridades, caso contrário, perseguir os nossos sonhos será como arremessar um peso de olhos vendados. Só há uma coisa a fazer: rezar para que este alcance o seu destino!

Organizar a nossa vida é aprender a aproveitá-la ao máximo respeitando-nos a nós próprios. Além disso é uma tarefa divertida que nos permite poupar imenso tempo identificando e eliminando as actividades que já não são úteis para nós.

Deixo aqui algumas dicas fáceis de aplicar para começares hoje a organizar a tua vida!

1) Torna claros os teus objectivos


É impossível alcançar algum nível de organização se não sabes onde queres chegar. É como começar uma viagem sem destino: como vais saber que chegaste ao sítio certo?

Não te preocupes com os teus objectivos a largo prazo, concentra-te naquilo que desejas aqui e agora, concentra-te naquilo que mais te apaixona neste preciso momento. Escutar os teus verdadeiros desejos é uma tarefa que pode demorar o seu tempo, algumas pessoas demoram umas horas enquanto que outras tardarão algumas semanas ou até mesmo meses.

Eu demorei alguns meses a descobrir o que quero para a minha vida neste momento. Tive que livrar-me de muitas crenças e ideias que já não me serviam. Mas valeu a pena, porque esta tarefa é como uma limpeza de verão: custa, mas no final ficarás apenas com os objectos verdadeiramente valiosos, livres da poeira que os escondia da tua vista.

2) Por favor, escreve!


A maior parte das vezes que eu sugiro que a escrita é forma mais simples e eficaz de organização ouço a mesma resposta: isso não funciona para mim! A minha dúvida é: alguma vez o tentaste?

Por muito impressionante que seja o nosso cérebro a nossa capacidade de memória não é infalível. A maioria das ideias que temos, por muito boas que sejam, escapar-no-ão sem bilhete de regresso se não as escrevermos imediatamente. Isto é a verdade para mim, para ti e até mesmo para o presidente Obama!

Fotografia de Daniel Sandoval

Não é necessário um particular talento para escrita. É uma questão de hábito, e criar um hábito não é como tomar uma decisão, é preciso paciência e perseverança. Mas no fim vale a pena, porque: o que é o peso de um bloco de notas no bolso comparado com o peso da culpa por deixar escapar grandes oportunidades?

3) Mantém por perto as tuas ideias
Eu escrevo bastante, e houve uma época da minha vida em que escrevia em todos os sítios possíveis e imaginários. Tinha bastantes boas ideias, mas de nada me servia se depois não conseguia encontrar esses rascunhos.

Portanto, uma das lições mais importantes que aprendi à custa disso foi: mantém esses apontamentos no mesmo sítio e sempre perto de ti! Não importa o suporte que usas (papel, telemóvel, computador), o importante é que tenhas isso sempre ao teu alcance.

4) Simplifica e mantém-te realista


Ninguém começa apontando para a Lua, apenas vais ficar frustrado se apontares demasiado alto. Mantém-te realista (não pessimista): é dando pequenos passos que se alcançam as grandes coisas.

Ter objectivos é o que dá sentido à vida, não interessa se estás a seguir o caminho certo ou errado, o importante é caminhar. No entanto, ter esses objectivos não é suficiente se não os dividires em pequenas tarefas que podes ir completando todos os dias.

Por exemplo, neste momento o meu blogue e a minha tese de mestrado são as minhas prioridades. Mas para avançar com ambos tenho que saber exactamente que passos tenho que dar! Por isso, faço sempre uma planificação semanal das minhas tarefas para ir de encontro aos meus objectivos.

"Não se pode construir uma casa pelo telhado!" (nem sem um plano...)

5) Utiliza as ferramentas


Organizar todos os objectivos a curto prazo num único local, visível e fácil de manejar pode ser um verdadeiro desafio. Mas, para isso já existem muitas soluções por aí.

Uma solução interessante é escrever mapas mentais! Para quem não está familiarizado com o conceito, os mapas mentais são diagramas/esquemas com uma grande variedade de utilidades: desde resolver problemas até à planificação de uma experiência.

Existem muitos programas na internet para construção de mapas mentais. Eu uso o FreeMind. Apesar de ter um aspecto tosco e de a navegação ser pouco intuitiva, este programa tem a óbvia vantagem de ser grátis e dar liberdade de guardar os mapas no computador e de imprimi-los sempre que necessites.

Se quiseres algo mais estético podes experimentar outros programas que têm uma versão gratuita disponível na internet: Mindjet, Mindomo e Mindmeister. Só experimentando é que encontras o ideal para ti.

Claro que se não usas muito o computador fazer um esquema à mão e colocá-lo num quadro no teu local de trabalho ou no teu quarto é mais do que suficiente.

Uma última dica...


O segredo de uma boa organização é ter sempre um plano! Mas deves estar sempre receptivo a alterações. Porque, muitas vezes, só descobrimos os atalhos quando começamos a percorrer o caminho.

E tu, que truques usas para organizar a tua vida?
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Com que frequência devemos actualizar o nosso blogue?

Neste tema, a opinião de muitos dos blogueiros de sucesso parece ser unânime: para ter um blogue de sucesso é preciso trabalhar mais, suar mais e publicar mais do que todos os outros, se possível mais do que uma vez ao dia. Parece-me um óptimo conselho se ter um blogue é o único projecto a que te queres dedicar neste momento.

Mas se tens mais projectos há espera de serem concretizados não tens que desistir do teu blogue por eles. É possível ter um blogue de sucesso sem perder o sono por isso.

São boas as dicas que nos dão para ganhar uma boa reputação online, mas...
...temos mesmo que publicar todos os dias?

Dar uma injecção de conteúdo diária (muitas vezes, pouco interessante) aos teus leitores aumentará certamente o tráfego do teu blogue a curto prazo. A mensagem que estás a transmitir com esta estratégia é: "leiam o meu blogue, por favor leiam o meu blogue, olhem para mim, eu estou aqui, vou-vos encher o email, OLHEM PARA MIM". Sim, é esta a impressão inicial que o "navegante" ocasional terá do teu blogue.

Esta estratégia é usada por um muito conhecido meio de comunicação: a televisão. Eles perceberam que a atenção e o tempo do espectador são dois recursos muito escassos. E a competição por uma fatia desses recursos é bastante feroz. Ocasionalmente vais ter a atenção desejada, mas vais-te esgotar rapidamente porque competirás com uma verdadeira enchente de informação.

No entanto, na maior dos casos apenas conseguirás irritar e assustar os visitantes. Vê o vídeo seguinte para perceberes porquê...

Television is a drug. de Beth Fulton no Vimeo.

Acreditas realmente que os teus leitores vão ter vontade de regressar se adoptares esta atitude? Eu acredito que podes até desencorajar novos leitores.

Para além da óbvia falta de tempo que todos sofremos actualmente, se queres criar uma comunidade e não depender do visitante ocasional que encontra o teu blogue por vias travessas: publicar menos é melhor.

Porquê?

Produzir conteúdo original e de verdadeira qualidade é uma tarefa demorada que exige dedicação e criatividade. Uma tarefa difícil de completar todos os dias. E conseguir que os visitantes leiam esses artigos até ao final é uma tarefa ainda mais complicada. Por isso muitos blogueiros te dirão que escrever menos e dar menos informação em cada artigo é a única forma de conseguires leitores.


Eu não estou de acordo. Esta tem sido a atitude dominante em blogues e meios de comunicação e, por isso os conteúdos são cada vez mais superficiais e com menos qualidade e relevância. O caso mais fascinante é o das publicações cientificas. Certamente não é primeira vez que encontras uma notícia sobre ciência que te parece pouco importante, verdade?

Isto acontece porque o cientistas vivem muitas vezes pela regra do: "publicar ou perecer". E conseguir resultados realmente bons demora tempo. Esta situação provocou o conhecido "efeito salame", nome chamativo, não?

Significa que para publicar mais os cientistas pegam numa experiência relevante e dividem-na em fatias tão pequenas que, no final
    Não temos a visão geral do tema,
    E as descobertas parecem-nos insignificantes.


O mesmo princípio se pode aplicar aos blogues: publicar demasiado pode reduzir o valor do teu conteúdo à insignificância.

Fotografia de Luis de Bethencourt


Escrever menos não significa dar mais informação em menos tempo

Resumir informações complexas e, ao mesmo tempo manter o leitor interessado é uma tarefa complicadíssima. Normalmente, o artigo final estará repleto de frases para captar a atenção e pouca ou nenhuma informação relevante. Uma estratégia muito usada na pesca do salto e vara do atum!

Usa-se pouco engodo, mas o barco pesqueiro está constantemente a enviar jactos de água para a superfície para confundir os atuns, levando-os a acreditar que existe mais isco do que aquele que realmente há.

Isto pode funcionar ao princípio ou com novos visitantes, mas não funcionará durante tempo suficiente para criares uma comunidade. Nem o tempo suficiente para que a tua mensagem tenha um verdadeiro impacto na vida dos leitores!

Qual é a solução?

No final o importante não é quantidade de vezes que publicas. O importante é que tenhas uma frequência constante de publicação. Esta frequência só depende de ti, tens que encontrar o teu ritmo. E isso só se consegue experimentando: para garantir que esse ritmo não interfere com outros planos.

Fixar uma frequência de publicação e anunciá-la aos leitores transmite uma imagem de seriedade e fará que as pessoas se interessem mais por aquilo que tens a dizer. Além disso, saber que tens um prazo a cumprir é uma óptima forma de te manteres motivado!

No meu caso descobri que publicar uma vez por semana é a dose certa para que o meu blogue não interfira com outros projectos que tenho pendentes: como trabalhar na minha tese de mestrado e, futuramente encontrar um emprego.

Esta é a minha opinião, mas o meu verdadeiro conselho é que ouças todas as opiniões sobre o assunto que achares convenientes e sigas o caminho que achas que deves seguir.
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Inspire lentamente, inspire inspiração

Tenho a certeza que já todos notaram as grandes diferenças no blog. Ao longo deste mês (o primeiro desde que comecei a apostar de corpo e alma neste projecto) aprendi bastante, não só ao ler outros blogs mas também através dos vossos comentários e votações. Por isso: um muito obrigada a todos os que me ajudaram neste início de jornada. Cresci imenso com esta interacção!

O Blog Alternativo não será o título definitivo, é apenas uma fase de transição. E entretanto já estou a trabalhar num novo e decente título que exporei às vossas opiniões em breve!

Para celebrar este mês de trabalho (bom!) decidi começar a aplicar algumas das coisas que já aprendi, daí a mudança radical no aspecto do blog. Decidi adoptar um layout minimalista. Esta simplicidade é um reflexo das iniciativas que tenho tomado para disciplinar a minha mente. Com ela espero reduzir as fontes de stress na minha vida e aprender a relaxar.



Espero que todos se sintam tão relaxados quanto eu ao ver uma redução da complexidade desta página.

Se querem aprender mais sobre como alcançar um estilo de vida simples e relaxado recomendo:
    Think Simple Now
    Zen habits


São dois blogues de leitura obrigatória para quem deseja encontrar um pouco de calma nestes dias turbulentos.

Porquê a simplicidade?

Como consequência dum prolongado estado de stress e ansiedade fui acumulando preocupações desnecessárias ao longo da minha vida. Vivi durante anos num estado alterado sendo incapaz de me desligar do mundo que me rodeava. Atitude que só piorou quando comecei a usar com mais frequência o computador e a internet.

Em alguns dias menos bons pensei que o melhor para todos seria banir a tecnologia. No entanto, como mais tarde percebi, o tempo que "desperdiçava" à frente de televisão e do computador eram inteiramente culpa minha. Essa tecnologia apenas veio acentuar alguns dos meus defeitos!

Nesses dias sentia que estava a desperdiçar a vida e que o tempo me escorria entre as mãos como um fio de água, sem que eu fosse capaz de o agarrar. A angustia que sentia então era paralisante e acentuou a minha necessidade de não parar para conseguir atingir os meus objectivos.

Mais uma vez fiz a escolha errada, mas se não fosse por isso não teria percebido que, para não nos afundarmos no ritmo frenético da actualidade temos que aprender a relaxar. O que implica aprender a desligarmo-nos das tarefas que nos prendem e absorvem as nossas forças, permitindo assim que a nossa mente respire.

Porque é importante dar um descanso à nossa mente?


Com o asfixiante fluxo de informação a que estamos submetidos actualmente, raramente paramos para respirar. O que satura a nossa mente e diminui a nossa capacidade de analisar os acontecimentos e sermos criativos.

Devido a essa abundância vivemos iludidos pela ideia de que o "mais é melhor". No entanto, para o nosso cérebro o essencial é diminuir o fluxo de informação, dar-lhe tempo para processar novos dados e dar-lhe espaço para ser criativo. Nunca te aconteceu ter as melhores ideias quando estás a fazer as tarefas mais mundanas?

Isso é porque para que as boas ideias se possam formar tens de aprender a deixar de pensar em absoluto. Esta é uma técnica muito treinada em meditação e no yoga (entre muitas outras disciplinas que treinam a capacidade de concentração). No entanto são técnicas que requerem o controlo consciente da nossa mente: por experiência própria asseguro-vos que esse estado de silêncio é algo bastante difícil de dominar.

No entanto, não precisamos de ser mestres de yoga para aprender a acalmar o constante fluxo de pensamento. No dia-a-dia temos imensas oportunidades para dar o merecido descanso à nossa mente e assim, conseguir organizar a nossa vida de forma mais eficiente.

Estas são algumas das "técnicas" que aplico quando tenho um problema complicado ou quando quero sentir-me inspirada:

  • Beber uma chávena de chá
Chá, café ou chocolate, o importante é saborear uma bebida num espaço que nos inspire. Podemos ir para a nossa divisão favorita da casa, para o jardim, para a varanda ou mesmo para um café calmo. Este exercício simples pode ser o suficiente para acalmar a nossa mente. No entanto, é crucial que não tentemos conciliar esses minutos com a leitura do email ou com a televisão. Na realidade esta é minha forma favorita de acalmar!


Fotografia de Joakim Westin



  • Praticar exercício físico ao ar livre
Desde que comecei a correr no parque de manhã cedo descobri o momento favorito do meu dia para relaxar. Depois do exercício chego a casa cheia de ideias e motivação para trabalhar, realmente melhorou a minha vida e a minha produtividade.
Até à bem pouco tempo praticava exercício físico num ginásio, mas nunca me senti tão bem lá como me sinto quando corro no meio da natureza. Ouvir os pássaros e sentir o cheiro das árvores pela manhã foi algo que mudou a minha vida em apenas 5 dias. Não me cansarei de o recomendar!

  • Cozinhar
Talvez uma recomendação demasiado pessoal, no entanto é realmente um sentimento espantoso preparar os nossos próprios alimentos, sobretudo se forem frescos. Se aprendermos a relaxar enquanto realizamos esta actividade (talvez acompanhados por música) a nossa mente conseguirá afastar-se das preocupações que nos impedem de ver a resposta para os nosso problemas.

  • Tomar um banho
Muitas das minhas melhores ideias tive-as enquanto tomava um banho. O tempo de relaxamento por excelência pode fazer mais por nós do que simplesmente livrar-nos da sujidade. Basta aprender a não pensar em nada e a desfrutar desse momento só nosso.

E vocês, o que fazem quando querem relaxar?
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O segredo de uma mente disciplinada

Sou uma pessoa indisciplinada desde que me lembro. E essa minha atitude relaxada e preguiçosa sempre me valeu duras críticas de educadores e amigos ao longo de toda a minha vida.

Essas críticas afectaram-me tanto que, em pouco tempo acabei por tornar-me no meu oposto: uma pessoa com uma rígida disciplina incapaz de relaxar. Em poucos anos deixei de ouvir essas críticas humilhantes, e passei a ouvir: "Ana, acalma-te por favor"!

Debaixo de um aspecto descontraído que, apesar de tudo, consegui conservar, fervilhava em mim uma intensa sensação de stress constante. Não me tinha tornado uma pessoa mais disciplinada, embora o meu objectivo fosse disciplinar a minha mente. Simplesmente tinha-me perdido na luta contra a inércia e, actualmente sinto-me mais indisciplinada do que quando tudo isto começou.
No final estava a trabalhar mais para ter resultados semelhantes ou mesmo piores do que os que tinha antes. Estava a empurrar-me na concretização de vários objectivos ao mesmo tempo, estava a obrigar-me a estudar mais do que toda a gente para tirar melhores notas, a trabalhar mais do que toda a gente, e, ao mesmo tempo estava a tentar ajudar todos aqueles que me pediam ajuda.

Esta atitude fez-me entrar num ciclo vicioso. No fundo, a vida e a jornada de cada dia são como uma maratona, se corres mais rápido sabendo que não vais aguentar o ritmo não vais chegar mais longe do que aquele que mantém um passo firme. Provavelmente vais desistir nalgum ponto e demorarás muito em recuperar.

Fotografia de Thomas Hawk
A vida é como uma maratona!

Foi o que aconteceu comigo, obriguei-me continuamente a uma marcha forçada. Isso eventualmente esgotava-me ao ponto de ficar várias semanas sem ser capaz de dar um passo mais, de estudar um pouco mais, de trabalhar mais. Mas depois de algumas semanas de profunda apatia voltava ao mesmo ritmo, ou chegava mesmo a acelerar para recuperar o tempo perdido. Pensava que com o tempo me ia habituar, tornar-me mais forte, conquistar os meus objectivos... Pois é, adivinha: isso não aconteceu!

E depois de tanto tempo já não consigo contar quantas vezes tive que parar para descansar, para ser capaz de voltar ao ritmo frenético que tinha imposto a mim mesma. Já não me lembro de como tudo começou, mas é um facto que o stress e o pânico começaram a crescer em mim até atingirem níveis insuportáveis.

É certo que esse stress sempre foi uma motivação para conseguir muitas coisas na minha vida: levou-me a fazer Erasmus, a estudar arduamente para conseguir melhores notas, a embarcar na aventura de viver um ano em Madrid. E tudo valeu a pena... no entanto, algo muito mau resultou de todos esses anos de intenso stress: já não consigo relaxar, por muito que o tente. E cada vez mais preciso de um alto nível de stress para fazer as coisas.

Nos meus momentos de apatia comecei a questionar-me se as outras pessoas também se sentiriam assim. Descobri que a maior parte das pessoas vive com esse stress profundo devido ao louco ritmo que impõe a sociedade actual. Um sinal desses elevados níveis de stress é o aumento rápido das doenças cardiovasculares, responsáveis por 40% das mortes em Portugal (dados de 2009). No entanto, a pergunta mais importante a fazer é: sou feliz assim?

Bem, estou a alcançar muitos dos meus objectivos, mas, também estou a desgastar as minhas forças a um ritmo assustadoramente rápido. Deixei que a minha vida fosse governada pelo monstro do stress, e não pelos meus verdadeiros desejos. Não posso ser feliz assim.


Fotografia de Matt MacDonald

O resultado? Tornei-me uma pessoa sedentária sem me aperceber. A minha postura está bastante degradada e a toda a tensão que acumulo nos meus músculos e nas minhas costas impedem-me de relaxar. O mais chocante de tudo isto? Só o notei quando uns amigos me alertaram para isso recentemente. Tornei-me uma pessoa stressada e sedentária aos 21 anos.

E isto fez-me reflectir sobre o meu conceito de disciplina. Sempre pensei que, forçar-me a trabalhar durante horas seguidas e fazer várias tarefas ao mesmo tempo fosse o único caminho para conseguir as coisas que quero. No entanto, todos os fracassos da minha vida (apesar do meu esforço sobre-humano) ensinaram-me algo muito importante. Aprendi que a verdadeira disciplina tem pouco a ver com a rigidez e o esforço exagerado, a verdadeira e sana disciplina tem apenas a ver com saber definir as nossas prioridades.
 Para isto devemos conhecer o nosso ritmo, não devemos querer correr mais do que as nossas pernas nos permitem. E devemos desenhar uma meta para cada dia e cada mês. Desenhar uma meta e apenas uma.

Se aprendermos a concentrar-nos apenas nessa meta em pouco tempo seremos capazes de alcançá-la. E então teremos aprendido a virtude que apenas pode ser conquistada nesta vida: a perseverança! Se aprendermos a perseverança teremos nas nossas mãos uma das armas mais poderosas jamais concebidas. A arma que faz a diferença entre a vitória e o fracasso. E se perseverarmos nas coisas pequenas também seremos capazes de o fazer nas nossas grandes metas.

Ainda hesitas? Porque não experimentas por um mês? Pega numa folha, escreve 4-5 objectivos a curto e médio prazo que desejas concretizar. Concentra-te no que achas mais importante, e traça um plano para todos os dias e semanas. Corre ao teu ritmo, mas começa a correr já. Quando o alcançares essa meta refaz a tua lista e escolhe novamente o mais importante para ti neste momento.

Em pouco tempo terás os teus sonhos na palma da tua mão. É essa a verdadeira disciplina, concentrar as nossas forças num objectivo concreto e correr atrás dele. É a única virtude que nos levará a concretizar os nossos sonhos!

Eu comecei a praticar esta filosofia à pouquíssimo tempo, no entanto, a alegria que sinto desde então é indescritível. Por isso tinha tanta vontade de a partilhar.

E vocês, o que fazem para manter uma mente disciplinada?

Os comentários são todos vossos.
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Mamã, posso brincar com o teu iPad?

A tecnologia mudou a forma como vivemos o nosso dia-a-dia. Será mesmo assim? É um facto que muitos de nós já não conseguimos imaginar a nossa vida sem a televisão, sem o telemóvel e, mais recentemente, sem a internet.

Mas o que terá mudado realmente nas nossas vidas? Facilitou muitas tarefas e de facto levou a uma mudança profunda na nossa rotina. Mas não nos mudou a nós.
 
Fotografia de Ashpet

Pelo menos, não para já. Porque, para muitos os novos aparelhos são percebidos quase como uma nova forma de magia. Basta-nos pressionar um botão e algo acontece, sem termos que pensar em nada ou fazer qualquer esforço adicional.

Este desconhecimento causa fobia à tecnologia numa parte importante da população, mas, a maior parte das vezes as pessoas simplesmente não têm o interesse por questionar. Para essas pessoas o comando da televisão e mesmo o próprio telemóvel não são mais do que caixas negras que admiram apenas pela estética e pela utilidade. Como chegaram até às suas casas, onde foram fabricados, a que custo... é um mistério, e o melhor é que assim permaneça porque esses são assuntos para os fabricantes.

E assim continuamos a integrar cada vez mais tecnologia nas nossas vidas sem ser conscientes do seu verdadeiro potencial. Somos cada vez mais consumidores de ciência e tecnologia e cada vez menos criadores.

No entanto, não creio que o ritmo da mudança abrandará nos próximos tempos, porque o avanço técnico trará sempre uma maior compreensão do mundo que nos rodeia e isto levará ao desenvolvimento de novas tecnologias.

É mesmo assim?

Bem, se não fosse pelo microscópio e pela sua evolução todavia nos questionaríamos sobre a existência de seres como as bactérias e os vírus, e não teríamos evoluído na fabricação de vacinas. Se não fosse pelo telescópio não teríamos descoberto a imensidão do universo, embora pudéssemos sonhar com ele. Se não fosse pelos aviões as distâncias não teriam diminuído nem o comum dos humanos teria a oportunidade de explorar o mundo por si mesmo.

A ciência e tecnologia não só tornam a vida mais cómoda como desempenham um importante papel na nossa compreensão do mundo. No entanto, este último aspecto normalmente é ignorado para preservar audiências e os leitores dos meios de comunicação. Também costuma ser abordado de forma superficial em meios digitais, simplesmente porque as pessoas perderam a paciência e o tempo para se dedicarem à leitura.

Enquanto alguns podem defender que o conhecimento técnico e científico deve restringir-se aos cientistas, há muitos especialistas que pensam doutra forma. Talvez não o digam abertamente mas os seus esforços para divulgar a ciência falam por si.


Como é o caso do advogado e economista Eduardo Punset que agora dedica a sua vida à divulgação científica, com a publicação de vários livros artigos e com o seu programa Redes. Um exemplo mais conhecido é o do famoso político Al Gore, já todo uma marca na luta contra o aquecimento global. E mais próximo de mim está um cientista espanhol que colabora com o jornal Público e mantém um blogue com imensos seguidores: La Pizarra de Yuri.

Fotografia de Juampe López

No entanto, a "ignorância e o medo à tecnologia" não parecem ter mudado nos últimos tempos. E isto é um sinal de que a nossa sociedade ainda não evoluiu culturalmente.

É necessária uma mudança drástica na nossa cultura, senão apenas estaremos a contar as mesmas histórias em novos suportes.

Ainda é tão imenso o potencial da tecnologia, se a soubermos usar correcta e conscientemente. Se formos capazes de usar essas tecnologias como algo mais que um brinquedo que alegra o nosso dia, ou um instrumento de trabalho.

Sou consciente de que este problema não exactamente recente, mas continua a ser pertinente. Por isso gostava de saber a vossa opinião. Interessam-vos os avanços da ciência e tecnologia? Porquê?

Os comentários são todos vossos.
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O único que precisas de saber para triunfar

Certamente todos temos ambições e planos para o nosso futuro. No entanto, nem sempre somos capazes de dar aquele passo que nos porá no caminho certo. Eu já passei por isso: saber o que quero e não saber como o conseguir.

Procurei ajuda desesperadamente tanto entre os meus amigos, como nos meus colegas e professores, e finalmente nos livros... nunca encontrei em sítio algum algo que me indicasse o caminho a seguir.

No entanto, foi nesta busca que eu percebi o segredo mais importante para triunfar na vida:


Conhece-te a ti mesmo até ao mais ínfimo detalhe!
Fotografia de Rosh PR

Costumava ter uma profunda fé nos livros de auto-ajuda e sempre busquei o conselho de pessoas mais sábias e mais experientes e eu. E só por isso acredito que o que escrevo tem muito valor.

O verdadeiro triunfo só chega com uma verdadeira sabedoria. E a verdadeira sabedoria passa por admitires a tua própria ignorância. Só com essa atitude poderás adquirir um conhecimento verdadeiro e profundo de ti mesmo e da vida.

Por norma escondemos sempre a nossa ignorância por receio à humilhação. Rimos das piadas que não entendemos, acenamos com a cabeça mesmo perante assuntos que desconhecemos e suspiramos de alivio quando alguém tem a audácia de fazer aquela pergunta que tínhamos a pairar na nossa cabeça.

Eu já fui assim, e ainda o sou em grande medida. E é por isso que desejo partilhar contigo porque nasceu em mim o desejo de uma mudança profunda.

  • Admitir a ignorância provoca humilhação
E a humilhação é o quê ao certo? Na realidade é um estado de espírito, algo que sentes no teu íntimo. Ninguém te diz que estás a ser humilhado, é algo que percebes instantaneamente. Porque conheces bem as "regras" e a cultura da tua sociedade e sabes que tiveste um comportamento que degrada a tua imagem perante os outros.

Mas será que as pessoas que te rodeiam têm essa mesma sensação? Provavelmente, se tu deixares transparecer o teu incómodo.

Uma das lições mais importantes que aprendi na minha vida é que não podes mudar aquilo que os outros pensam sobre ti, mas podes mudar o que TU pensas sobre ti mesmo. Isso significa que só sentirás humilhação se assim o desejares. Se conseguires perceber esse sentimento e o que o provoca poderás mudar o que pensas sobre ele. Com isso ganharás um maior controlo sobre as tuas emoções e saberás que a humilhação acontece primeiro na tua cabeça.

Admitir ignorância não é dizer que somos tolos ou incapazes, é dizer: "eu quero saber mais!".
  • É necessário admitirmos a nossa ignorância?
Depende dos teus objectivos de vida. Há pessoas que passam pela vida tentando esconder os seus pontos fracos e têm vidas dignas e cheias.

Contudo, pela minha experiência pessoal sei que com essa atitude será mais difícil conseguir as coisas que mais queremos.

Como disse, ainda tenho vestígios desse comportamento, que se manifesta quando me sinto mais desconfortável com as pessoas que me rodeiam e com algumas situações. Mas das poucas vezes que decidi mudar essa forma de pensar percebi qual a vantagem de admitir a ignorância: aprende-se muito mais! E isso permitiu-me tornar uma pessoa mais sábia. O que me ajudou a encontrar novas oportunidades na vida.

  • Questionar e duvidar ajudam-nos a ser pessoas melhores
Ajudam-nos a ser pessoas mais sábias e a tirar maior partido das nossas vidas. Permite-nos ver além do imenso fluxo de informação que nos satura mas não nos enriquece. Mantém-nos activos pela vida fora.

No entanto, é necessário que nos habituemos a viver lado a lado com a incerteza e com a insegurança. Temos que aprender a gostar e acarinhar a nossa insatisfação, a vê-la como um sentimento positivo, aquele que nos vai motivar e obrigar a dar aquele passo que tanto tememos.

E sobretudo temos que estar conscientes de que essa deve ser uma atitude para toda a vida. Porque quanto mais sabemos mais nos tornamos conscientes da nossa ignorância e da imensidão de coisas que ainda queremos aprender.

Como muito bem me disse António Rodríguez de las Heras (podem ler aqui os seus excelentes textos), um professor meu:
O conhecimento é como um extenso oceano que nunca poderemos abarcar, mesmo durante toda a nossa vida. O que fazemos com essa vida é uma escolha nossa: podemos permanecer sempre no mesmo sítio, podemos deixar-nos afundar derrotados, podemos agarrar-nos a algo que nos dê a falsa sensação de terra firme ou, podemos nadar pelo prazer da descoberta e, com isso tornar-nos pessoas melhores.

Qual é a tua escolha?
Os comentários são todos vossos!
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