O fim...

21 Janeiro 2013


Este será o último artigo deste blog.

Acabaram-se as semi-promessas, semi-sérias e semi-cumpridas. Adiei esta decisão por demasiado tempo. E apenas deixei que tudo se complicasse pelo caminho.


Portanto, aqui estou eu, a desistir com todas as letras.


Analisei esta questão de muitas perspectivas e feitios. Pesei todas as minhas dúvidas, razões e certezas. E, no final, percebi que toda essa doentia análise foi apenas um desperdício do meu tempo.


Agarrar-me a este “compromisso” tem sido um desconforto com o qual tenho tolerado viver. Mas quando 2013 entrou de rompante, sem deixar tempo para grandes preparações mentais, senti necessidade de virar a página.


Deixei que este blog me definisse. Deixei que este tema me definisse. E deixei que todo o frenesim da profissionalização da blogosfera moldasse os meus objectivos.


Quando dei por mim estava a querer mais leitores, mais comentários, mais partilhas. E estava, lentamente, a esvaziar a minha escrita de qualquer personalidade para injectar as mais de milhares de dicas que crescem pela internet.



Fui uma idiota. Mas quem não o é de vez em quando?


Tentei entregar conteúdo útil e de qualidade e recebi comentários de pessoas maravilhosas. Tinha tudo o que era preciso para continuar a crescer. Excepto motivação, claro.


Deixei de escrever como queria realmente escrever. Porque o medo de ser rejeitada e ignorada abafou tudo isso. E passei a escrever como se fosse outra pessoa. Mais perfeita, mais entendida, mais sábia.


E a realidade é que a minha vida é um caos! Estou a fazer o melhor que posso e estou a falhar miseravelmente, vezes sem conta.


Novidade: eu não sou perfeita, ninguém é.


Nem um layout profissional e umas palavras bonitas podem disfarçar isso, é loucura tentar mudá-lo. E é loucura criar uma imagem de perfeição para empacotar e vender em massa.



Não sou a mesma pessoa que era quando comecei este blog. Na altura tinha toda a espécie de ideias patéticas e ingénuas sobre a vida. Agora passei por algumas desilusões e surpresas. E vejo que todo o tempo que passo a contemplar o passado à procura de respostas é uma oportunidade que perco de encontrar um caminho diferente. Preciso de começar de novo. Sem o peso deste passado nas minhas costas.


Ignorei algo importante nesta jornada. Ignorei o facto da minha escrita possuir uma vontade própria. Posso melhorá-la e aprofundá-la. Mas não posso transformá-la naquilo que ela não é. E ela não é isto! Não é este blog, nem estas ideias, nem estas palavras.


E por muito que tente, ela não se vai comportar como eu quero, só porque é mais bonito assim. Os talentos têm que ser nutridos e têm que falhar consistentemente para poder crescer. Não podemos formar escritores, nem devemos querer formatá-los. Caso contrário passaremos todos a “cuspir” o mesmo discurso e não haverá nada de diferente para provocar as nossas mentes adormecidas.


Preocupamo-nos demasiado em perpetuar um estilo uniforme para não ter que enfrentar o fracasso. Mas sem erros a vida seria monótona.



Por tudo isso decidi avançar. O blog continuará no ar por algum tempo. Mas, por razões óbvias vou deixar de responder a comentários. Inclusive neste post. Disse tudo o que tinha a dizer. E agora tudo o que me resta é seguir em frente.

Um abraço especial a todos os leitores fantásticos que me acompanharam.
 

Estou seriamente empenhada em criar um novo blogue. Se depois de tudo isto ainda me quiseres acompanhar fica atento às minhas novidades no twitter ou no facebook.

Até breve

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