A armadilha do crescimento pessoal

A literatura na área do desenvolvimento pessoal (ou auto-ajuda, como queiram chamar-lhe) está pelas ruas da amargura. Manchada pelas tentativas baratas dalgumas pessoas em lançar receitas milagrosas que vão mudar a nossa vida para sempre.

Acontece o mesmo com as notícias que constantemente lemos sobre o cancro.

Sempre que existe um pequeno avanço na investigação somos bombardeados por títulos a proclamar mais uma vitória nessa luta. Estamos cada vez mais perto, mas, para quando devemos esperar uma vitória total? Bem, isso podemos apenas ler nas entrelinhas... talvez, com sorte, para daqui a 50 anos.

Se estivermos constantemente a anunciar que curamos o cancro estamos a provocar a descrença generalizada na ciência.

E o mesmo se passa com o desenvolvimento pessoal. Se nos depararmos com uma montanha de livros a anunciar a receita mágica que nos livrará de todos os males, das duas uma: ou estão todos a mentir, ou apenas um está certo.
créditos da imagem: Michael LoRusso

Com a crise e a incerteza em relação ao futuro das nossas nações prosperam os “profissionais” das fórmulas mágicas, das histórias de sucesso mal contadas, das receitas infalíveis e do dinheiro instantâneo.

Mas antes de culparmos esses modestos charlatães não devíamos, em primeiro perguntar-nos, se…

Não será a nossa ânsia por ver nascer


dias melhores que nos impede de ver a verdade?


Não confio nos gurus de auto-ajuda, mas tampouco confio naqueles que prontamente os criticam. Todos temos liberdade de expressão. Mas temos também a liberdade de pensar por nós próprios e de questionar as palavras e as acções dos outros.

Por outras palavras, eu tenho o direito de me expressar, mas o que irás fazer com as minhas palavras é da TUA responsabilidade.

E essa é uma liberdade que muitas vezes deixamos na cama pela manhã e que sacrificamos pelo prazer, dinheiro, fama e amor imediatos.

Mas tão louco é aquele que engana como aquele que se deixa enganar. E é incrível a quantidade de vezes que nos esquecemos disso.

Porque terá ganho tão má imagem a auto-ajuda?


Acredito que a auto-ajuda acabou por provocar a sua própria queda. E embora ainda sejam muitos os que correm atrás das fórmulas mágicas, penso que são cada vez mais aqueles que se afastam com repugnância dessa secção em qualquer livraria.

Mas as principais causas por detrás de tão desdenhosas críticas são, sem dúvida:

  1. Tendência dos autores da esfera da auto-ajuda a verem o mundo apenas através da sua própria experiência. E, por isso, se tornarem incapazes de assimilar e valorizar as experiências de outras pessoas.

  2. A grande maioria dos autores rejeita qualquer forma de pensamento que seja diferente da sua e, portanto, partem do princípio que apenas eles estão correctos e que, o resto do mundo, está errado.

Esta cultura de auto-ajuda barata apoia-se na própria desvalorização dos conhecimentos dos outros sobre a vida. Podemos dizer que é quase uma forma de discriminação.

Quando percebi isso, a necessidade de me alimentar nas centenas de livros de desenvolvimento pessoal evaporou-se. Mas actualmente, da cinza que deixou a auto-ajuda fácil tem renascido uma nova filosofia.

Uma filosofia que terá que lidar com os preconceitos provocados pela sua antecessora.

Enquanto as actuais gerações lutam com os fantasmas que as antigas deixaram penso que o maior desafio será escapar à própria armadilha do desenvolvimento pessoal.

Esta armadilha não é nada evidente nem lógica. Aliás, penso que a maior parte das pessoas não a consideram uma armadilha de todo. Mas ela está lá, e não podemos reconquistar o respeito pela literatura que tenta ser uma mais-valia para a vida das pessoas se não lidarmos primeiro com a sua ameaça.

Afinal, que armadilha é essa?


Entre destruir antigas crenças limitadoras e desenvolver um novo estilo de vida ou uma nova forma de pensar. É onde reside a armadilha do desenvolvimento pessoal.

No fundo, trata-se do nosso hábito de adiar a felicidade até nos tornarmos pessoas melhores.

Pensa nisso. Sempre que queremos, por exemplo, aprender a controlar e a gerir o nosso tempo partimos do princípio de que algo está profundamente errado na nossa vida. E que, se não formos capazes de o corrigir nunca poderemos ser felizes.

Essa armadilha manifesta-se quando dizemos a nós próprios que vamos ser felizes quando:
formos promovidos, quando perdermos 20 kg, quando deixarmos de fumar, quando perdermos a timidez…

E quando dermos por nós estaremos a deitar tudo para trás das costas. Porque essa felicidade se torna algo impossível de alcançar.

Passamos tempos a lutar por desejos que muitas vezes não compreendemos. Começamos grandes mudanças nas nossas vidas, muitas vezes, porque todos os outros estão a fazer o mesmo. Sonhamos com o sucesso, com a fama e com o dinheiro, mas, muitas vezes, não sabemos sequer o que faríamos com eles.

Nós nunca teremos o suficiente para acalmar o nosso ego. Nunca teremos o suficiente para sermos plenamente felizes. Nunca teremos o suficiente para nos arriscarmos a sonhar mais alto.

Percebes o que quero dizer?


Estamos tão concentrados em mudar aspectos exteriores que acabamos por rejeitar o nosso valor intrínseco.

Por isso, os novos autores que escrevem sobre esta área têm que aprender a abraçar o ambíguo, a serem tanto, professores como alunos. Para superar a armadilha do desenvolvimento pessoal rápido temos que reaprender a valorizar a nossa experiência enquanto seres humanos. Só assim poderemos evoluir.

Porque a vida não é uma linha recta, é apenas uma linha com muitas curvas e contra-curvas. E, por vezes, a experiência dos outros pode-nos levar a caminhos melhores.



Pensa nessa ideia. E não te esqueças de deixar a tua opinião nos comentários.

12 comentários:

Isabel Madureira | 7 de fevereiro de 2011 às 22:15

Olá Aninha

desta vez não concordo completamente contigo.

Cada um dos livros que li me ajudou a pôr-me em causa, a repensar as minhas certezas e as minhas crenças.

Aquilo que tenho lido dentro do âmbito do desenvolvimento social tem sido possível de conciliar com outras ideias, pelo que não posso concordar com a tua frase de que "A grande maioria dos autores rejeita qualquer forma de pensamento que seja diferente da sua e, portanto, partem do princípio que apenas eles estão correctos e que, o resto do mundo, está errado."

Pelo contrário tenho visto um reconhecimento da origem dos conteúdos que ensinam.

Por outro lado, criei que a verdadeira mudança começa por dentro e que não vale a pena esperar pela felicidade que há-de- vir se não formos capazes de a construir agora.

E depois, porque não ver a felicidade como um estado de espírito em vez de a ver como uma emoção num dado momento devido a uma dada circunstância. É a diferença de dizer "eu sou feliz" e "eu estou feliz".

Por mim eu digo que sou feliz porque a cada dia aprendo qualquer coisa, a cada dia procuro apreciar os milagres e coincidências à minha volta. E tu, qual é a tua atitude de vida?

Um beijinho

Ana Reis | 8 de fevereiro de 2011 às 11:05

Olá Isabel, como sempre, fico muito feliz com o teu comentário.

Acredita, não precisas de estar sempre de acordo comigo. Aliás, eu fui talvez um pouco exagerada para provocar esse tipo de reacção nas pessoas.

Sinceramente, no momento em que vivemos são muitos os que se aproveitam das incertezas das pessoas para enriquecer vendendo receitas mágicas. E irrita-me que, por causa da atitude dessas pessoas, se ponham todos os autores que escrevem sobre desenvolvimento pessoal no mesmo saco.

Além disso, penso que à alguns anos a cultura da auto-ajuda se baseava naquilo que escrevi. Não estou a dizer que todos fossem assim, mas acredita, por muito poucos que fossem a rejeitar a visão dos outros sobre o mundo é desses que nos lembramos quando pensamos em auto-ajuda (pelo menos grande parte das pessoas).

E penso que os novos autores se inspiraram nos grandes exemplos que escaparam a essa regra.

Eu entendo tudo aquilo que escreveste, mas tens que pensar que nem toda a gente respeita a literatura do desenvolvimento pessoal. E isso aconteceu por uma razão.

Quanto à minha atitude de vida, tu sabes a resposta. Porque, por muito apegada ao "ter" e ao "estar" que eu tenha sido tenho a certeza que hoje sou uma pessoa bem diferente.

Um grande abraço

Anonymous | 8 de fevereiro de 2011 às 18:39

Ana, minha querida!
Mais um maravilhoso texto, abordando um assunto que muito me interessa! Concordo com absolutamente tudo! Eu penso que muitos dos que lêem livros de auto-ajuda, buscam respostas ou fórmulas prontas, uma garantia de sucesso ou felicidade e, assim, isentam suas culpas e frustrações... Não compreendem que a "cura" ou a própria ajuda depende do quanto cada um quer ser ajudar-se de verdade. Transferem essa tarefa aos escritores e não assumem a própria participação numa vida composta de altos e baixos, perdas e ganhos e acima de tudo aprendizado...
Agora, também concordo (e muito) quando você diz que muitos dos "pseudo" escritores nessa linha, acham-se pessoas acima do bem e do mal, donas de verdades absolutas e não revêem os conceitos de uma vida que está em movimento constante e que evolui a medida em que avançamos ou até diversificamos nossos caminhos. Eu classifico a minha escrita como auto-ajuda, mas antes de mais nada porque foi através da minha vontade de "me ajudar" fez com que eu compartilhasse minhas experiências com os outros. Nunca digo que é uma receita ou fórmula... aliás, procuro deixar claro que para mim funciona ou funcionou porque abro os meus horizontes e me permito viver novas experiências, correndo, inclusive, todos os riscos que a vida pede. E é dessa forma que vou crescendo e espero sempre aprender para crescer cada vez mais.
Sensacional o seu texto, minha querida! Foi uma ótima leitura mesmo!
Grande beijo,
Jackie

Ana Reis | 8 de fevereiro de 2011 às 20:07

Olá Jackie, mais uma vez, é muito bom receber um comentário teu.
Com o teu comentário conseguiste, sem sombra de dúvida, captar as entrelinhas deste artigo. É mesmo notável a profundidade do desespero humano em momentos de crise como aqueles que vivemos.
E por outro lado, as pessoas parecem mesmo resistir à ideia que apenas elas se podem ajudar a si próprias. E quando um livro não corresponde às suas expectativas acabam por culpar o autor...
No fundo, penso que o desespero nos leva a adoptar atitudes pouco saudáveis na vida, ao ponto de nos dispormos a ser enganados.
Eu gosto muito daquilo que escreves. Acho que é mesmo essa a nova filosofia de auto-ajuda: resolvendo os nossos problemas e partilhando isso com o mundo. Não com a postura de perito que sabe tudo mas com a postura (confiante) de que apenas desejamos ajudar as outras pessoas.
Ás vezes as nossas reflexões podem não dar uma resposta imediata, mas as nossas palavras perdurarão na memória de quem as leu e poderão servir de guias para que as pessoas encontrem o seu caminho. Penso que foi mesmo uma falta de humildade (ao desvalorizar a experiência de terceiros) que muitos escritores de auto-ajuda conseguiram "manchar" toda uma indústria.
Espero que consigamos mudar isso no futuro. Saber viver é tão importante como construir uma carreira de sucesso.
Um grande abraço Jackie :)

Dani Sans | 9 de fevereiro de 2011 às 12:42

Ana, têm uma frase que você usou na postagem, aqual eu resumiria tudo que li no post.
O direito de se expressar todos têem, mas o que será feito das palavras ditas o que será levado em consideração?

"o que irás fazer com as minhas palavras é da TUA responsabilidade."

Um texto muito bom e super esclarecedor. Gostei muito.

Abraços!

Ana Reis | 9 de fevereiro de 2011 às 13:31

Olá Dani, muito obrigada pelo teu comentário.
Há muita gente que se esquece desse pormenor muitas vezes. E usa as palavras dos outros como pretexto para os criticar.
E esse é um tipo de intolerância que tem crescido muito nos dias de hoje. Especialmente por causa da internet e dos blogues.
Qualquer palavras mal interpretada já serve como pretexto para culpar o autor de malícia e tentativa de enganar os outros. Espero que as pessoas se lembrem de continuam a ter o direito de pensar por isso próprias, e ninguém lhes pode tirar isso.

Um grande abraço

CatiaPipoca | 9 de fevereiro de 2011 às 19:03

Perfeita elucidação!! Somos eternos aprendizes desta vida. Viemos aqui apenas de passagem. O que ensina tb deve aprender e se por diante dos demais sempre em pé de igualdade de forma humilde a amorosa, assim como Cristo foi.

Ana Reis | 9 de fevereiro de 2011 às 19:16

Olá Catia, muito obrigada por deixares aqui o teu comentário.
É verdade, somos todos eternos aprendizes nesta vida, por muito que nos custe admitir isso algumas vezes.
Um grande abraço

Miguel Lucas | 10 de fevereiro de 2011 às 17:02

Olá Ana, gostei do assunto que abordaste. Percebi e compreendi as tuas considerações e explicações. A vida é em si complexa e quando a tentamos ser reducionista "Ela" fica desnutrida. É aquilo que parece acontecer quando um Guru extremista ou fundamentalista tenta fazer isso: Propagar a auto-ajuda para tudo e todos. Nesta perpectiva, eu não sou favorável.
Acredito sim, que a palavra auto-ajuda esteja descredibilizada por vários factores (como alguns que a Ana abordou), no entanto não devemos retirar o valor que a auto-ajuda comporta em si. Ou seja, no fundo todos nós a toda a hora e grande parte da nossa vida fazemos exatamente isso - AUTO-AJUDAMO-NOS a nós mesmos.
Não gosto, e não vejo mais-valia em muitos dos livros de auto-ajuda, mas como tudo na vida depende do profissional que os escreve. Existem outros muito bons, e estes sim, as pessoas retiram deles muitas orientação e aplicações para poderem melhorar e avançar com a sua vida.

A fronteira entre o "bom" e o "mau" é muito ténue, importa estarmos alerta para conseguirmos discernir o que melhor é para nós. A livre divulgação da informação levanta este problema: Excesso de informação, cada uma com várias intenções!

Nós, que no fundo abordamos algumas questões, que tocam a auto-ajuda (palavra que eu não uso, nem acho que seja a que melhor descreve quem para outros escreve com intenção de poder ajudar), vemos certamente isso como um benefício e temos intenção de divulgar informação que possa vir a ser útil a outros. Se não se prometer as soluções mágicas, os segredos e os falsos “milagres”, acredito estar-se no bom caminho.
Gostei da ideia de sermos professores e alunos. Esse é um bom acto de inteligência, somos seres em contínua aprendizagem, desta forma as forças paradoxais irão sempre fazer-se sentir (algum descontentamento daquilo que somos, e alguma ânsia de virmos a ser alguém ou alguma coisa melhor). O espaço que fica entre estas duas instâncias é onde nós podemos trabalhar e expressar-nos o mais equilibrado possível.
Mais uma vez, gostei do tema e julgo ser importante ser debatido em prol da clarificação dos que querem fazer um bom trabalho e dos que querem retirar proveito (desenvolvimento pessoal) disso.
Abraço

Ana Reis | 10 de fevereiro de 2011 às 22:04

Olá Miguel, fico muito feliz com a tua participação! Uma participação que foi muito além de um vulgar comentário. Foi a posta em prática da verdadeira dualidade de aluno-professor, algo que eu queria provocar com este artigo :)

Houve uma frase que escreveste, ao início, que me chamou logo a atenção: que muitos autores têm uma visão reducionista da vida. Penso que completaste o artigo com esta só frase.

Muitos autores estão tão preocupados em sistematizar, em arranjar nomes sonantes para as suas fórmulas de produtividade, que se esquecem que a vida e os problemas dependem de quem olha para eles.

Estes “gurus” querem ser líderes das massas, mas penso que uma pessoa que quer ajudar os outros, é uma pessoa que se deixa, muitas vezes, liderar (uma opinião muito pessoal).

E estes gurus, nos últimos tempos têm-se aliado às técnicas de marketing e publicidade e, por isso, grande parte da literatura de auto-ajuda é feita para vender, mais do que para ajudar.

Mas é como sublinhaste, não devemos meter tudo no mesmo saco. Isso seria ser extremista como muitos dos autores o são. Mas acredito que, para quem nunca desfrutou de um livro de desenvolvimento pessoal (um dos bons, claro) a imagem que fica é a dos gurus que vendem técnicas espampanantes sem sentido nenhum.

Por isso gostei muito da solução que propuseste, de evitarmos escrever sobre segredos (confesso que eu caio um pouco nesse mau hábito…) e sobre fórmulas mágicas. E espero que, com o tempo, a indústria da auto-ajuda se diluía nos esforços de indivíduos que, como nós, apenas se dispõe a ajudar os outros.

No início do meu blogue pensava que as minhas palavras seriam absurdas. Mas quanto mais escrevo mais me entendo e mais me ajudo. E isso tem tido efeito nos outros também. O que tem sido incrivelmente bom e proveitoso para mim, e me tem dado ânimo para continuar a melhorar.

Muito obrigada pelo excelente comentário.
Um grande abraço

João | 7 de abril de 2011 às 02:02

olá, estou a gostar de ler o que tens escrito neste teu espaço.

Sobre este tema... de experiência própria, há livros e Livros de auto-ajuda.
Os primeiros (livros), aqueles que garantem uma renovação na vida, como ganhar auto-estima, como ser milionário, como não sei o quê, esses para mim são fórmulas que os autores arranjaram de prenderem os leitores ou as vítimas de que só lendo aqueles textos e fazerem o exactamente aquilo lhes vai mudar a vida. A questão é que até mudar temporariamente e até parece dar resultado, mas não.
Mudar a vida assim, só lendo livros não resulta. se colocarmos a questão de que cada um é diferente do outro, a interpretação que se dá ao ler vai ser diferente, tal como a suposta acção e consequência da mesma. Se cada um é diferente traz já consigo crenças interiorizadas, que tanto podem ser inferioridade, superioridade, ou outros sentimentos.
Os outros, (Livros), como por exemplo, um que gosto da Alexandra Solnado, "Luz" e restantes livros, já dizem alguma coisa e ja ajudam bastante, apenas porque não está direccionado a tema nenhum, cada um que lê retira pra si o seu próprio significado, mas com a grande diferença que mexe com o nosso interior. nada melhor que ler:

"45 – LIBERDADE

A liberdade é mágica. A liberdade dá-te aquela sensação

de que fizeste o que tinha de ser feito, de que estás onde

tens de estar e de que tudo está no seu lugar.

A liberdade não é um sítio. Não tens de ir a lado nenhum.

Não tens de fazer nada para seres livre.

Liberdade é teres consciência de que a vida é tua e só tua, e

que por isso tens de a viver e de ser quem és, sem concessões.

Primeiro és livre, dentro, depois poderás fazer o que

quiseres, pois tudo o que fizeres irá invariavelmente

reflectir quem tu já és.

E o que é a liberdade interior?

Vive cada emoção, por mais ínfima que ela possa parecer.

Sente quem és e nesse aspecto não faças concessões.

Sente, sente e sente. Esse sentir irá trazer informação

espiritual preciosa acerca de quem és e do que vieste

fazer à terra.

Sente, abre o coração e começa a ouvir a tua intuição.

E só então, age.

Encontrarão nesse caminho a forma mais fabulosa

de ser livre."

Tudo o que precisamos para a nossa vida, está em nós na medida certa

João

Ana Reis | 7 de abril de 2011 às 20:22

Olá João :)
E eu estou a gostar de receber comentários teus! Tocaste num ponto essencial: os livros de auto-ajuda que se referem a coisas mais mundanas (por exemplo: como ficar milionário) costumam resultar, mas apenas temporariamente.

É como ensinar uma operação matemática. Se disseres ao teu aluno que ele tem que fazer a operação de determinada maneira porque é assim que está estabelecido ele irá acabar por acertar algumas vezes. Mas se mudares um pouco o cenário ele dificilmente irá conseguir resolver o problema.

E o problema com a auto-ajuda leve é que os leitores, tal como o autor, partem todos de cenários diferentes! Não se pode dar a receita, tem que se explicar o porquê, fazer o leitor mexer com os seus padrões mais profundos de pensamento.

Não se pode arrancar uma raiz profunda sem cavar a terra, não é verdade?

O problema é que imediatez que nos nossos tempos exigem é quase incompatível com os textos que desafiam o leitor. A vida tem-se reduzido aquilo que podemos ver e tocar nos últimos tempos. Por isso prospera a auto-ajuda das receitas rápidas...

Gostei muito do texto que partilhaste. Aprender a aceitar completamente aquilo que já somos é difícil, mas é essencial para nossa felicidade.

Um grande abraço

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