Produtividade, uma questão de atitude

Antes de começares a ler o artigo podes querer ir buscar aquela chávena de café ou chá. Porque hoje vou-me alongar um pouco mais do que o normal. Espero que desfrutes da leitura.

Quando o tempo escasseia


Nunca fizemos tanto e conquistamos tão pouco como nos últimos anos. Não é por isso raro chegarmos ao final da nossa jornada a sentir um vazio no peito.

Essa dor dissolve-se na rotina do dia-a-dia. E as tarefas urgentes roubam o lugar às coisas que consideramos verdadeiramente importantes, mas que vamos adiando por conformismo.
créditos da imagem: Ovidiu Onea

Desde que comecei a trabalhar e a tirar um curso em pós-laboral ao mesmo tempo tenho vivido os meus dias com uma sensação de vazio assustadora. Os meus esforços para manter o compromisso com a escrita têm-se perdido entre as tarefas urgentes que preenchem o meu dia e o tempo de lazer onde me abandono ao ócio e à liberdade de não pensar.

Tudo isto tem sido um imenso teste para mim. Eu sempre deixei tudo para última. Se o prazo de entrega de um trabalho é para daqui a 1 semana, eu começo a trabalhar, com sorte, três dias antes e faço noitadas para compensar o tempo perdido.

Virei-me para as técnicas de gestão de tempo em busca de respostas. Encontrei muitos sistemas de produtividade. Experimentei alguns por diversão. Muitos resultaram naquele momento, mas no dia seguinte não conseguia arranjar as forças para continuar.

Como controlar o nosso tempo


Aí percebi que essas técnicas apenas arranham a superfície. Por isso resultam tão bem por uns tempos. Mas aquilo que causa a nossa falta de produtividade não é algo que possamos combater com sistemas de gestão de tempo.

Porque podemos tapar a piscina para não ter que olhar para a água suja, mas ela vai continuar lá, no fundo da nossa mente, divertindo-se a sabotar todos os nossos esforços.

Tendemos a ver a falta de produtividade como preguiça. Contudo, essa fraqueza, partilhada por muitos de nós é algo que transcende a mera preguiça. Essa falha esconde, muitas vezes, algo mais profundo como a falta de propósito e, mais importante ainda, a falta de compromisso.

Estou numa altura da minha vida em que percebi que, o dia podia ter mais 10 horas que eu continuaria a não fazer nem metade das coisas que quero fazer. Por isso, percebi que o meu problema, partilhado por muitos de vós, não é a falta de tempo, é falta de atitude.

Desenvolver a atitude certa, é possível?


Como realça Stephen Covey no seu magnífico e sempre actual livro "Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes", antes de alcançarmos o sucesso e a tão invejada produtividade temos primeiro que ganhar essa batalha dentro de nós.

Os actuais sistemas de gestão simplesmente saltam essa parte. Ignoram que uma vitória na batalha pela produtividade tem que começar de dentro para fora. E não de fora para dentro, como muitos de nós nos habituamos a viver.

Vê as coisas por este prisma:


Conquistar a produtividade é uma luta até à morte. Uma luta contra nós próprios, o único problema é que não podemos matar uma parte de nós. Por isso, vencer essa resistência interior (para saber mais sugiro: O maior inimigo do sucesso) implica estender a mão aos nossos medos e aceitá-los como uma parte essencial de nós.

Não os podemos ignorar, nem os podemos destruir. Por isso, apenas os podemos aceitar. Mas por que é isso tão difícil?

Bem, por uma simples razão. Na vida procuramos sempre bases onde nos possamos apoiar. E aceitar que existe uma parte de nós que abunda de incertezas é aceitar que construímos a nossa vida sob solo que poderá ruir a qualquer momento.

Não é fácil viver sem o sabor estabilidade, especialmente, da estabilidade emocional. Mas se queremos ser produtivos temos que aprender a lidar com as nossas incertezas. Porque se as ignorarmos elas certamente nos destruirão, e se as tentarmos destruir, bem, isso é apenas outra forma de ignorar, é atacar a superfície, enquanto devíamos estar a dedicar o nosso tempo a escavar essas debilidades.

Se é esse o caminho porque é que raramente se fala nele?


Vivemos na era dos resultados imediatos. E aprender a lidar com as nossas incertezas é um caminho longo que, apesar de não dar frutos imediatos, a longo prazo é a única forma de sustentar a nossa produtividade sem corrermos o risco de esgotar as nossas forças.

Eu compreendo que seja difícil de pôr em prática, ainda hoje tenho lutado para entender a melhor forma de conquistar essa atitude de produtividade. É uma batalha diária, e os resultados aparecem tardiamente depois de muitas situações de tentativa e erro.

A decisão é tua!


A tua vida pode acabar amanhã. Tens que decidir se queres continuar a deixar-te arrastar pela corrente das tarefas pouco importantes do dia-a-dia ou se queres conquistar algo de maravilhoso com a tua vida.

Ninguém neste mundo te vai impedir de desperdiçares a tua vida e os teus talentos. Podes acabar de ler este artigo e ligar a televisão, é o que todo o mundo faz de qualquer das formas. Ou podes pegar no bloco de notas e começar a trabalhar a sério.

1. Identifica aquilo que te impede de fazer as coisas que consideras importantes


Tens um sonho antigo que foste deixando sempre para segundo plano? Estás sempre a dizer à tua família e amigos que um dia vais ser escritor, actor, político? Mas estás preso nas aulas e no trabalho e quando chegas a casa não arranjas forças para lutar, por esse sonho, nas poucas horas que restam ao teu dia?

Marcas na tua agenda uma hora para escrever ou estudar ou desenhar, e depois deixas que a vida se meta entre ti e os teus planos, dia atrás de dia, até desistires deles?

Se te identificas com as perguntas que fiz é porque tens um problema de falta de atitude e seriedade para com a tua vida. Não, não te estou a julgar. Só te estou a avisar. Até porque eu ainda tenho muitos dias assim.

O que faço nesses dias é questionar-me:

Que desculpas estou a inventar para não trabalhar nos meus projectos? O que me impede de agarrar no PC e isolar-me do mundo para começar a trabalhar?

Sempre que fugires a uma determinada tarefa pergunta-te (e escreve) os pensamentos que tens naquele momento. Tens que identificar qual a causa interior que te impede de trabalhar.

Porque a resposta nem sempre é clara. Porque é óbvio que é por estarmos colados ao sofá e à televisão que não estamos a trabalhar. Mas nem sempre as coisas que nos distraem são as verdadeiras culpadas. Existe sempre algo mais que nos impede de afastar dessas coisas que sabemos não serem importantes.

Por exemplo, quando chego a casa depois de um dia de trabalho não me apetece isolar e começar a trabalhar. Quero estar com a minha família, gozar do calor da lareira e do som confortante da televisão. Isto são causas externas, as causas internas são mais matreiras e escapam muitas vezes ao entendimento. Por isso temos que as forçar.

Não existe nenhum método ou sistema para o fazer. Tens apenas que atacar os pensamentos que te impedem de trabalhar e questioná-los insistentemente. Porque, por detrás do som da televisão escondem-se muitas vezes: o medo estar só, o medo de falhar, o medo de não sermos capazes.

2. Aprende a viver o momento


Quando estou em casa penso que devia estar a escrever. Quando estou a trabalhar penso que gostaria de estar a escrever. A conclusão é que, por causa desse meu sonho de me tornar escritora, sou incapaz de viver o momento presente.

Por isso, quando estou a trabalhar não estou 100% concentrada nas minhas tarefas. E quando estou com a minha família tenho a minha atenção igualmente dividida. E essa é uma sensação horrivelmente frustrante.

E toda esta frustração pode acabar em duas coisas: vou acabar por culpar o meu trabalho e a minha família pela falta de tempo ou acabarei por esquecer esse sonho já que não consigo criar mais horas no meu dia para o sustentar.

Com isto aprendi: não é por estarmos constantemente a pensar naquilo que devíamos (ou queríamos) estar a fazer que as coisas vão acontecer. Sim, é tão simples quanto isso.

Por isso é tão importante reservares uma parte do teu dia para te dedicares aquilo que consideras importante, seja isso trabalhar num projecto, conviver com família e amigos ou estudar. Caso contrário a frustração pode infiltrar-se em todas as esferas da tua vida e impedir-te de desfrutá-la.

Aprende a honrar cada tarefa com alegria e dedicação. Mesmo aquelas coisas que não gostas de fazer mas sabes que tens que levar até ao fim em nome dos teus objectivos mais queridos. Encontrar prazer no nosso trabalho ajuda-nos a ultrapassar a nossa frustração e criar a atitude necessária para nos dedicarmos às coisas que consideramos mais importantes na nossa vida.

3. Cria um compromisso contigo próprio


Este é o cerne da questão, os anteriores são uma mera preparação para este passo.

Sê sincero contigo mesmo. Ignora o que os outros possam pensar sobre aquilo que estás a tentar conseguir. Quando se trata de conquistar algo, não são as nossas capacidades que estão em jogo. E embora estas desempenhem um grande papel, acredita que o desafio e a satisfação, ficam curtas quando nos dedicamos apenas a tarefas que sabemos ser capazes de realizar.

A forma como gastas o teu tempo deixa-te feliz? Se não, o que preferias estar a fazer?

A vida é finita. E, acredites ou não na vida depois da morte, o que interessa é o agora. As coisas não vão acontecer daqui a uns anos se não trabalhares por elas hoje.

Podes escrever muito bem. Ser muito talentoso. Mas talento sem compromisso é desperdício. Pelo menos é o que se costuma dizer. Mas sem compromisso estamos também a ser mártires sem causa, porque nos privamos da oportunidade de crescer enquanto pessoas. E privamos aqueles que nos rodeiam de crescer connosco.

Quando criamos o compromisso de explorar os nossos talentos tornamo-nos conscientes do nosso poder. E, sem essa consciência, a verdadeira produtividade não pode existir.

O que quero que leves deste artigo são as perguntas que te fiz. Quero que penses se estás a viver a tua melhor vida hoje, independentemente das tuas posses materiais.

Quero que sintas na pele o entusiasmo pelo teu crescimento pessoal. Quero que cries compromissos. Não precisas de criar prazos irrealistas, nem ter expectativas gigantes. Basta que relembres, sempre que possas, aquilo que estás a perder nas horas que ficas colado à televisão.

E tu, tens-te sentido pouco produtivo ultimamente?

8 comentários:

Paulo | 23 de fevereiro de 2011 às 16:33

Excelente artigo, obrigado!
A Procrastinação é um vício muito antigo. O mestre Jesus disse à 2000 anos: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro". Há quem afirme de pés juntos que os 2 senhores são Deus e o Diabo, mas eu penso que tem mais haver com o tema deste artigo.
Pois também eu me revejo nesta condição, consegui deixar de fumar facilmente, mas a Procrastinação é um vício mais forte, mas não é impossível de o vencer.
Tenho vocação para várias coisas e penso que isso tem atrasado a grande decisão.
Trabalho numa área muito técnica, mas o que eu gosto mesmo, é escrever e compor. Tenho muitas histórias para contar e consigo inventar uma musica enquanto o Socrates esfrega um olho. Costuma-se dizer que o momento ideal para mudar é agora, mas hoje não me dá jeito...
Um abraço!

Ana Reis | 23 de fevereiro de 2011 às 22:29

Olá Paulo, que bom receber um comentário teu.
Nos últimos tempos muito se tem falado de procrastinação. Mas, sinceramente, não gosto da palavra, nem sequer gosto do conceito.

Acredito piamente que a procrastinação é só a crosta de um problema maior. E não vamos ficar mais produtivos só por analisar algo como a preguiça. Pelo menos no meu caso tive que ignorar por completo a minha tendência a adiar os meus planos e acreditar que era capaz.

No fundo, precisamos de começar a mudar essa mentalidade do "sou preguiçoso" para o "eu sou capaz".
Identifico-me muito contigo quando dizes que tens vocação para várias coisas. Eu também sempre senti isso, assim, pensei que enquanto pudesse adiar a decisão não teria que lidar com as consequências.

Apenas estava a ignorar o problema. Podemos ter muitos talentos, mas eles de nada nos servem sem a realização. Por isso percebi que não importa muito aquilo que fazemos. O que importa é como o fazemos e como vivemos as nossas vidas.

Um grande abraço

Paulo | 24 de fevereiro de 2011 às 15:24

Olá Ana. De facto tens razão, a procrastinação é uma palavra com ausência de harmonia no som, logo, não soa bem. Há alguns anos, tenho buscado informação, para quando eu decidir focar-me naquilo que realmente quero, saber com que linhas me hei-de cozer. E nisso eu sou bom, absorvo informação como uma esponja. Seja lá o que for que eu decidir, sei que não vai ser fácil, porque agora tenho uma família que também é necessário dar atenção, mas eu acredito que com organização, vontade e determinação, é possível. Curiosamente, nestas minhas andanças de absorver informação, conheci outro Blog, também de uma Ana e segundo o que ela tem divulgado, conseguiu dar a volta por cima da tal palavra feia. Ela é uma Freelancer e estes são dois blogues que encontrei dela: http://www.ana-martelo.com/ e http://www.blog.ana-martelo.com/ Não sei se já conhecias. Mais uma vez um abraço do homem esponja!

Ana Reis | 24 de fevereiro de 2011 às 17:30

Olá Paulo! Por acaso já conhecia os blogues da Ana Martelo, mas obrigada à mesma pela dica.
Eu também absorvo informação como uma esponja. Mas cheguei a um momento da minha vida em que ler e ouvir já não me chegam. Porque, apesar de o continuar a fazer sei que foi apenas quando comecei a escrever no blogue que dei um pulo de crescimento.
Desejo-te imensa sorte na tua jornada! Espero escrever mais artigos sobre o assunto, uma vez que ainda não superei por completo a minha "falta" de produtividade. Espero nessa altura receber novidades tuas :)
Um grande abraço

Pedro Lopes | 25 de fevereiro de 2011 às 23:35

Olá Ana,

Não é nada fácil trabalhar o dia todo e atender todas as solicitações da nossa vida pessoal e familiar e ainda conseguir ter a mente suficientemente livre de preocupações no final do dia para tentar perseguir os nossos sonhos.

A via mais fácil é certamente ligar a TV, mas de facto não é solução e sim o adiar do problema, pessoalmente posso afirmar que estou preso a um emprego do qual não gosto, mas tenho que lá estar e como profissional que sou tenho que fazer bem o trabalho, mas este factor cria uma angustia enorme e cria também aquela sensação de obrigação nada saudável.

Mas depende de nós dar a volta a situação, no meu caso pessoal a parte da TV foi muito fácil de eliminar, sinceramente só a ligo para ver um filme de vez em quando, é mesmo uma questão de atitude, durante estes últimos dois anos tenho dedicado "todo o meu tempo livre" ao meu blog, mas "mesmo todo", em sacrifício de grande parte da minha vida pessoal e familiar que estão reduzidas a praticamente zero, e muito sinceramente os frutos tardam a crescer.

Por mais do que uma vez já pensei em desistir e já cheguei de facto a decidir acabar com o blogue, mas há sempre uma força desconhecida que me empurra a continuar, uma dessas forças é chegar ao trabalho na segunda-feira e aperceber-me de que não gosto mesmo daquilo.

Mas tenho que confessar que a procrastinação também está presente no meu caso, só que posso reverte-la para benefício do blog, a minha tarefa favorita é ler notícias de tecnologia, e gasto várias horas por dia a fazê-lo, mas estas centenas de artigos que leio por dia acabam por servir para criar conteúdo, mas não deixa de ser uma maneira de fugir ao meu objectivo.

Bem, este comentário já esta longo demais, tudo isto para dizer que acertas-te em cheio, é mesmo uma questão de atitude e de definir um objectivo a alcançar e não desistir até lá chegar, custe o que custar, e muito importante não ligar ao que os outros dizem ou fazem.

E já te disse uma vez e volto a repetir, não deixes de escrever pois tens mesmo jeito para o fazer.

Abraço. :)

Ana Reis | 27 de fevereiro de 2011 às 21:40

Olá Pedro :)
Obrigada pela tua excelente intervenção! Posso dizer que, apesar de não estar na mesma situação em que te encontras, percebo a "frustração" de continuar a lutar por um blogue que está estagnado e de estar preso num trabalho que não gostamos.

Estou na fase de transição escola-trabalho, ou seja, estou na fase de estagiária não-remunerada. E adoro verdadeiramente aquilo que faço. Mas, na verdade, tenho dias complicados em que não me apetece trabalhar porque perco horas que podia estar a escrever.

Mas o que quero dizer com tudo isto (e é melhor não me alongar demais...) é que essa insatisfação é essencial. É sinal que estamos prontos para dar um gigantesco salto no nosso estilo de vida. E penso que percebes isso muito melhor do que eu!

Acredito de verdade que tens um blogue cheio de potencial. Pode ser que as pessoas que estão interessadas naquilo que escreves ainda não tenham tido tempo de te encontrar! Isso são sempre coisas que demoram tempo e muito estudo, principalmente, estudo dos interesses dos leitores.

Sempre me disseram que para o blogue dê um salto de crescimento temos que satisfazer uma necessidade. E, nos tempos que correm, as necessidades no mundo digital são mais que muitas. E a oferta de qualidade (e em língua portuguesa) deseja ainda muito a desejar.

Contudo, tenho dias que penso que Portugal não está preparado para aceitar os blogues como fontes válidas de apoio e conhecimento. E isso é um defeito cultural, que poderá demorar anos a ultrapassar.

Entretanto cabe-nos a nós, blogueiros pioneiros de Portugal, agitar as consciências dos nossos conterrâneos. Por isso, não desistas do esforço e não desistas de aprender!

Um grande abraço e obrigada pelo comentário!

Talita | 10 de março de 2011 às 18:36

Ana! Estou encantada com seus textos, adorei-os!
A indisciplina é algo que luto contra desde sempre, porém ando tendo alguma evolução, e a cada dia que percebo frutos da minha nova postura, fico mais entusiasmada a continuar!
Sou sua mais nova seguidora!
Beijos

Ana Reis | 10 de março de 2011 às 22:59

Olá Talita, fico muito feliz com o teu comentário e por conhecer outra pessoa que, como eu, está a lutar para se tornar mais disciplinada :)
Compreendo perfeitamente aquilo que dizes. No início da nossa jornada sempre nos debatemos com dúvidas, mas quando já estamos a caminhar à algum tempo, olhar para trás costuma ser sempre um momento de satisfação e de motivação! Eu sinto o mesmo, e isso às vezes dá-me um empurrão para continuar a lutar.

Um grande abraço, e muito obrigada por me seguires!

Enviar um comentário

Leia os artigos antes de comentar.

E se quiser seguir a discussão basta clicar em "Subscrever por e-mail" para receber todas as novas mensagens deste artigo no e-mail.

Related Posts with Thumbnails