A inveja e o seu talento para a manipulação

Queria agradecer à Ana Karenina dos "Escritos Ideológicos". Foi o seu artigo "Porque leio o seu blog?" que me inspirou e me levou a reflectir sobre a inveja que reina na blogosfera...

Este é o meu gato...

Chamo-lhe Romeu.

[caption id="attachment_759" align="aligncenter" width="504"] O meu gato | Imagem própria[/caption]

Quase todos os dias me sento no sofá ao chegar do trabalho. Estico as minhas pernas. Tiro o calçado e o meu cérebro entra em stand-by enquanto faço zapping pela diversidade que tem para oferecer a minha televisão.

O meu gato entra na sala, muitas vezes sem que eu me aperceba disso. Detecta a minha presença e toma uma decisão: saltar para o meu colo. Não me costumo opor a isso, mas há dias em que o meu colo está reservado para um livro ou para o computador. E o meu gato raramente se conforma com um lugar na periferia.

Nesses dias em que o afasto gentilmente começa o seu jogo de manipulação. Coloca-se silencioso ao meu lado a olhar para mim. Faz aqueles olhos que derretem um coração e espera paciente que eu note a sua actuação. Normalmente rio-me e faço-lhe uma festa para voltar rapidamente à tarefa que deixei pendente.

Ora, por causa disso o meu gato começou a desenvolver estratégias mais arrojadas. Já percebeu que o olhar de pedinte fofo não funciona sempre. Agora adoptou a estratégia de predador paciente. Senta-se ao meu lado fingindo desinteresse. Lambe as suas patas lentamente e mantém uma postura distante.

Quando nota que eu já deixei de registar a sua presença passa ao ataque. Dá um passo na minha direcção. Tão devagar que eu raramente noto que ele já se está a aproximar. Dá outro passo, como um predador furtivo que se aproveita da distração da sua presa.

Quando coloca as suas patitas nas minhas pernas faz uma pausa prolongada, fazendo-me acreditar que se irá contentar com um lugar secundário.

Finge-se desinteressado outra vez, até que eu me sinta confortável com a sua presença. E depois faz uma nova investida...

Bem, não preciso de contar o resto da história para imaginares o final: o meu gato vence e eu arrumo as minhas tarefas para o lado enquanto o abraço e faço festinhas.

Agora que penso nisso o meu gato tem o nome ideal. Porque debaixo daquelas olhos azuis e daquele pêlo fofo esconde-se um mestre do encanto e da manipulação.


A inveja tem as mesmas habilidades que o meu gato


Um pouco de inveja é saudável para nos mantermos motivados...

Mas por muito pouca que seja, a inveja tem a capacidade de se expandir no nosso pensamento e acções. Se desviarmos o olhar a inveja vai aproveitar para se infiltrar um pouco mais. E quando dermos por ela a inveja ocupa tudo... manchando a nossa escrita e impedindo-nos de concentrar no que quer que seja.

Quando comecei este blogue, ler artigos melhores que os meus meus costumava causar-me uma pontada de inveja. Achava isso normalíssimo, e até, saúdavel. Mantinha-me motivada, dava um impulso na minha criatividade e obrigava-me a melhorar continuamente.

Eis que a parte de mim que acredita que sou incapaz de vencer (penso que todos temos um sabotador dentro de nós) se aliou a essa inveja saudável. Começou insinuar-se nos meus pensamentos.

Passei a ver o trabalho dos outros com desconfiança. Criticava prontamente todos aqueles que davam mostras do seu talento. Desprezava aqueles que recebiam as atenções enquanto os meus trabalhos desfilam, incógnitos, pela imensa montra que é a blogosfera.


Até que a corda se rompeu.


E eu passei a questionar como é que toda aquela inveja tinha começado. Lembrava-me de ela ter começado bem pequena e inofensiva. Nem me apercebi de que a estava a alimentar! Ela inchou, até atrofiar, quase por completo a minha motivação e criatividade.

Pelo comportamento hostil que vejo a desencadear-se por toda a blogosfera parece-me que não fui a única a deixar a inveja subir para o colo.

Isso fez-me reflectir sobre o poder da inveja sobre mim e sobre todos aqueles que lutam para se tornarem excelentes numa determinada área do engenho humano. A inveja faz-nos lutar por sermos reconhecidos, enquanto, ao mesmo tempo nos recusamos a reconhecer o talento dos outros.

Esse sentimento resulta em hostilidade, não só em relação aos outros, mas também em relação a nós.

Porque quando nos tornamos cegos em relação ao valor dos outros, tornamo-nos cegos em relação ao nosso próprio valor. Como podes saber se estás a melhorar, como podes sentir-te inspirado se não tens o valor dos outros como ponto de referência?

Quando leres um bom texto e te sentires desanimado com a pequenez do teu reportório pensa que, pelo menos, tens bom gosto. Como vais saber se os teus textos são bons, se não sabes reconhecer essa mesma qualidade nos textos dos outros?


Já pensaste nisso?


Já pensaste que todos aqueles que se tornaram realmente geniais não deixaram de elogiar o trabalho dos seus pares. Não o fazem apenas por simpatia, ou porque já alcançaram reconhecimento com o seu trabalho. Fazem-no porque estão plenamente confiantes das suas capacidades e sabem que o sucesso é algo que não se esgota.

Sabem que admirar o sucesso dos outros os ajuda a desenvolver as suas próprias capacidades. Sabem que, ao deixarem-se influenciar e maravilhar pelas conquistas doutros estarão a abrir caminho para novas conquistas pessoais.

Com isto não digo que deves andar por aí a bajular todos aqueles que cruzam o teu caminho. Elogiar por elogiar é falsidade. E a falsidade não costuma andar muito longe da inveja.

Além disso, se comentas em blogues e elogias desconhecidos só para que as pessoas visitem o teu espaço a tua falsidade vai ser identificada à distância.


Não podemos gostar todos do mesmo


Aceita que haverão pessoas que não vão gostar nem se vão interessar por aquilo que tu escreves. Não escrevas para essas pessoas, porque não podes mudar alguém que não está disposto a escutar-te.

Não gastes o teu tempo a comentar e a seguir blogues que não aprecias de verdade. E deixa-te maravilhar por aqueles que admiras.

Tornei-me uma blogueira mais equilibrada depois de ter feito o esforço de enxergar o valor das pessoas que cruzam o meu caminho (digital ou não!). A blogosfera não é competição, a blogosfera é um berço de ideias e de conquistas. Por isso não percas a oportunidade de apreciar o trabalho daqueles que te rodeiam.


Reconhecer a qualidade é o primeiro passo para a desenvolver


Pensa assim: és um viajante no início da tua jornada. Tens as mãos e os bolsos vazios e apenas o teu sonho te guia. Sabes para onde vais, mas não sabes como lá chegar.

Tem a certeza duma coisa: agora, podes não estar a ver o caminho, mas dá mais uns passos, mesmo que seja na direcção errada. Torna-te numa pessoa aberta, deixa que aqueles que admiras operem mudanças em ti. E quando deres por ti terás as mãos cheias de ferramentas poderosas e, em breve, tornar-te-às tão bom viajante quanto aqueles que admiras.

Pega nesta ideia!

Até breve

16 comentários:

João | 6 de abril de 2011 às 15:19

Olá Ana,

A inveja é um sentimento que nos moe e corroi por dentro,se não tivermos cuidado ao apercebermo-nos de quando, como e porquê de surgir.

Tinha um colega, que tinha no seu facebook algo do genero:

"Vai haver sempre alguém para te elogiar, assim como vai haver alguém para te criticar negativamente. Por isso faças o que fizeres, fá-lo à tua maneira!"

João

Ana Reis | 6 de abril de 2011 às 16:56

Olá João, obrigada: pela visita e pelo comentário :)
Gostei da frase que partilhaste. A inveja começa pequenina, mas se a ignorarmos e não questionarmos a sua origem, é provável que essa inveja cresça até níveis difíceis de suportar.
Sem dúvida que haverá sempre gente que nos atira elogios secos que escondem malícia. E haverá sempre gente que nos critica, pelas melhores ou piores razões. Eu gosto de ouvir sempre opiniões diferentes das minhas. Por isso valorizo tanto os comentários que recebo. Mas, na verdade, haverão sempre alturas em que é melhor seguir os nossos palpites. Afinal de contas, se somos capazes de gerar problemas também seremos capazes de os resolver! E não é preciso perder a calma por isso...

Um grande abraço

rogermaxrjs.com.br | 6 de abril de 2011 às 20:55

Olá querida Ana, parabéns por sua postagem, bela mensagem, gostaria de copiar a seguinte fala sua, não por inveja, rsrsrsrsrsrs, mas por completude do meu entendimento:

"A inveja faz-nos lutar por sermos reconhecidos, enquanto, ao mesmo tempo nos recusamos a reconhecer o talento dos outros".

Nesta última parte reside todo o perigo, pois nosso sucesso depende da avaliação do outro, não somos nós quem determinados o quanto somos bons em algo, mas o outro; tornamo-nos maculados e indígnos do reconhecimento quando nos revestimentos do sentimento de mácula pelo trabalho do outro...

Mai suma vez parabéns.

Ana Reis | 6 de abril de 2011 às 21:12

Olá Rangel, obrigada pela tua participação neste tema.
É verdade que quem determina o nosso sucesso são os outros. Mas isso não significa que devemos esperar pela sua aprovação para admirarmos o nosso próprio trabalho. As conquistas públicas dependem dos outros, mas uma conquista pública é sempre precedida de uma conquista pessoal.
Nós devemos ser os primeiros a reconhecer as nossas capacidades. É aqui que a inveja atrasa todo o processo. Porque por vezes nos embrenhamos tanto nesse ódio reprimido que acabamos por não deixar espaço para muito mais.
O "truque" está em permitirmo-nos desfrutar do talento dos outros e não ver o seu trabalho como competição. Porque as capacidades de outros não devem servir de barreira que nos impeça de continuar a desenvolver o nosso potencial.

Um grande abraço e muito obrigada

Ana Karenina | 7 de abril de 2011 às 00:52

Olá Ana

Primeiro gostaria de agradecer por citar meu texto aqui, fico muito feliz por saber que inspiro os meus leitores e mais ainda de saber que além de fazê-los pensar, inspiro eles a escrever.

Com relação ao tema que você abordoou achei você bastante corajosa por assumir seu sentimento e postura com relação a outros blogs, reconhecer o erro e mudar é um grande sinal de maturidade, é bom saber que na blogosfera ainda resta pessoas capazes de fazer isso.

Pessoas que não sabem reconhecer os valores dos outros com certeza sempre achará que faz melhor que todos, são pessoas que não admitem que podem não ser tão bons porque eles querem ser os únicos no topo.

Blogar é uma atividade que requer de nós prática e paciência, pois só com o tempo percebemos melhor como as coisas funcionam e como as pessoas são, só a paciência nos fará perceber que temos ainda bastante tempo para mostrar nossas qualidades e que precisaremos chegar lá aos poucos.

Ótimo texto, parabéns, agora te acompanho para conhecer melhor seu trabalho.

:)

@anakint

Expedito (profex) | 7 de abril de 2011 às 05:29

Ana, conheci hoje seus textos e fiquei feliz de ver tanta coerência e facilidade de comunicá-la. Peguei na idéia!
A inveja em doses leves pode até ajudar a pessoa a dar alguns passos. Mas ainda serão em falso. O verdadeiro caminhar vem da vontade do prazer, do bem-estar. E a partir daí, você quer compartilhar essa coisa gostosa que sente. E quando vê isso nos outros, quer mostrar, compartilhar. Como estou fazendo agora. Gostei muito do seu gato manhoso...

Santos | 7 de abril de 2011 às 11:44

Olá Ana!
Tenho acompanhado os teus posts pelos feeds no Google Reader, com prazer.
Costumo denominar de heróis às pessoas que como tu conseguem conduzir o seu próprio ego. De facto, os animais são muito mais inteligentes do que parece, por vezes eles são como guias espirituais, com aquela infinita paciência... Gosto muito de gatos, não tenho nenhum por causa das alergias da minha esposa, mas tenho uma cadela que entende tudo o que lhe digo, as expressões que faz com aquele olhar penetrante... Há coisas que a ciência nunca poderá explicar, são as experiências internas, da alma. Gosto da fotografia do teu gato, aquela pose, a expressão... diz tudo.
Quanto à inveja, se há algo que faço constantemente é vigiar o meu ego, devido ao meu perfecionismo gasto muita energia a tentar manter equilibrado o ambiente ao meu redor. Sei que já tive algumas vezes um pouco desse sentimento, mas depressa me desfaço dele, talvez por isso eu abomine o excesso de inveja nos outros, é algo que detecto à distancia. Na minha profissão convivo diariamente com pessoas que não controlam a inveja e até esses eu controlo com a intenção de pacificar, mesmo que tenha de me sacrificar.
No entanto, eu também sonho em ser reconhecido e fazer o que realmente gosto. O emprego que tenho faz com que fique fechado entre 4 paredes das 8 até às tantas. Tenho muitas ideias, um curso de formador e tenho feito experiências com um blogue, quero libertar-me. Até agora, tenho recolhido informação, mas penso que chegou a hora de entrar em acção. Cheguei a pensar numa área específica, mas eu domino várias áreas de conhecimento e experiência. Vamos lá ver como me vou safar...
Quanto a elogiar o trabalho dos outros, já cheguei a escrever para empresas a elogiar produtos que considerei excelentes, no entanto não levo isso a extremos.
Fica bem!

Ana Reis | 7 de abril de 2011 às 18:03

Olá Ana :)
Estava mesmo prestes a enviar-te um email a avisar de que tinha referido o teu blog quando percebi que tinhas deixado um comentário. Não estava à espera disso, foi uma boa surpresa!

Reconhecer as minhas atitudes negativas tem sido a grande base para as mudanças na minha vida. Passei por momentos em que as minhas capacidades foram pisadas e mal-tratadas por outros. Foi quando fiquei feita um farrapo que decidi que era o momento de tomar a iniciativa. Reconhecer, aceitar e mudar tem sido aquilo que me move desde então.

Prendeu-me a atenção uma coisa que escreveste: "eles querem ser os únicos no topo". É a mentalidade de que não existe lugar ao Sol para todos. Que precisamos de eliminar a nossa concorrência com truques baixos e de ser desonestos para ser bem sucedidos...

Essa é uma filosofia que me irrita profundamente. Costumavam criticar-me pela minha vontade de cooperar, diziam-me que essa atitude só me ia levar a ser abusada pelos outros. Uma coisa que percebi mais tarde é que vontade de cooperar não significa incredulidade e ignorância. Significa reconhecer que o topo é um lugar solitário e sem saídas (a não ser cair!), e que se formos puxando outros no nosso caminho para o topo estaremos a construir pirâmides, em vez de erguer finos e frágeis postes que não têm nada a não ser ar onde se apoiar.

Bem, mais uma vez fui inspirada a escrever mais do que aquilo que tinha planeado! Muito obrigada por acompanhares o meu trabalho.

Um grande abraço

Yolanda | 7 de abril de 2011 às 18:05

Amiga Ana Catarina, se o gato da foto for teu, até na pose ele manipula, com olhar de compaixão... rs
Gosto de ler teus textos, porque você consegue discorrer sobre temas delicados, de forma elegante e convincente e nos faz refletir...
Concordo que a inveja positiva seja um estímulo para se realizar algo, pois o sucesso do outro é referência para algo que pode dar certo.
Mas, muitas vezes, vemo-nos em situações de conflito, quando desejamos alguma coisa muito difícil de ser alcançada. E, essa inveja negativa corrói nossa criatividade...
Manter o equilíbrio desse sentimento é uma luta constante. Por isso, a inveja está listada nos sete pecados capitais e nos 10 mandamentos (a cobiça)...
Obrigada por compartilhar teus escritos...
Minha admirção,
Yolanda

Ana Reis | 7 de abril de 2011 às 18:17

Olá Expedito. Muito obrigada pela visita e pelo comentário.
Que bom que pegaste nesta ideia!

Escreveste uma coisa interessante: que a inveja nos leva a dar passos em falso. É verdade, às vezes carregamos tanta inveja pelas capacidades dos outros que, quando caímos em nós percebemos que nunca deixamos o ponto de partida!

Mas quando caminhamos deixando a inveja de lado acabamos por ver coisas que, de outra forma, teríamos deixado escapar. E é como escreves: quando descobrimos prazer na viagem acaba sempre por nascer essa necessidade de partilhar.

Um grande abraço
P.S. Acho que nunca conheci um grato tão interesseiro como o meu, acho que o mimo demasiado!

Ana Reis | 7 de abril de 2011 às 19:46

Olá Santos. Prazer em conhecer-te. E muito obrigada por partilhares a tua experiência neste tema.

Nunca pensei que as mudanças na atitude pudessem ser uma forma de conduzir o nosso ego. É uma perspectiva muito interessante e diferente. Tendo em conta que a maioria das pessoas prefere seguir o caminho oposto, o de reforçar o seu ego! Fico contente por saber que existem mais pessoas que compreendem este tipo de luta :)

Os animais são intrigantes. São poucas as pessoas que conheço que gostam de gatos e de cães.
Sabes, acredito que a convivência com animais de estimação nos ensina a criar laços com outras pessoas. Quando estabelecemos uma ligação emocial com os nossos "bichos" acabamos por ficar a perceber mais (embora de forma inconsciente e intuitiva) sobre as relações humanas. E a companhia de animais é fascinante! Também gosto muito de cães, mas ainda não fiz a experiência de ter um em casa com dois gatos doidos a correm por aí... ihih

Na verdade, eu acho que o meu gato gosta de ser fotografado! ihih, pelo menos faz sempre uma pose diferente quando eu o persigo com a máquina fotográfica.

Quanto à inveja: concordo contigo, pessoas carregadas de inveja notam-se à distância. Portanto, a inveja não só é má para nós como acaba por diminuir as probabilidades de estabelecermos relações profundas com outras pessoas.

A inveja pode levar a um ressentimento profundo e esse sentimento forte pode-nos levar a ser meras marionetas que não questionam as suas reacções.

Lidar com a inveja dos outros é também um grande desafio. Eu confesso que não reago da melhor das formas com esse comportamento nos outros, mas estou a melhorar!

Apoio o teu desejo de libertação. Dei uma espreitadela ao teu blog e acho que tem potencial. Gosto bastante da área da sustentabilidade. Aliás eu trabalho na eliminação de micropoluentes das águas residuais.

Acredito que um estilo de vida ecológico (compatível com o nosso actual estilo de vida) vai ser um dos grandes interesses nos próximos anos (para não dizer séculos!). Penso que as pessoas sentem cada vez mais curiosidade em adaptar o seu estilo de vida às necessidades do nosso planeta.

Parabéns pelo blog, acho que deves levá-lo em frente. Até porque acredito que, num futuro muito próximo, cada um de nós vai ser responsável por criar o seu próprio emprego!

Um grande abraço

Ana Reis | 7 de abril de 2011 às 19:56

Olá Yolanda! Sim, é o meu gato. E ele nesta foto nem está a fazer o típico olhar de pedinte fofo, ainda não consegui que ele o fizesse para a máquina.

Obrigada pelo elogio Yolanda. Senti uma leveza depois de escrever este texto que não consigo explicar. Acho que o blog me ajuda a pôr as ideias em ordem e, assim, sempre consigo crescer de forma mais rápida e equilibrada em todas as esferas da minha vida. E, no caminho, apenas posso desejar estar a acrescentar algo de valor às vidas daqueles que têm paciência para ler os meus textos :)

Concordo contigo, a inveja pode levar a um conflito interno. E isso corrói a nossa criatividade, uma vez que deixamos de ter espaço mental para qualquer outro sentimento.

Sabes quando estamos tão preocupados com algo que nos esquecemos de comer? Acho que a inveja tem o mesmo efeito. Ás vezes ficamos tão consumidos na comparação dos nossos textos com os de outros escritores ou blogueiros que nos esquecemos de escrever.

É uma luta constante, como bem nos lembraste. Mas funciona também como uma bússola, se nos perdermos em ressentimentos saberemos que não estamos a ter a melhor atitude perante a vida e perante a luta para refinar as nossas capacidades.

Beijos enormes!

SamantaSammy | 7 de abril de 2011 às 22:21

Olá Ana !!!!

Maravilhoso seu texto, como sempre !!! ahhh e não é falsidade não viu, estou aqui atoladíssima de coisas pra fazer, mas vale a pena dar uma paradinha para ler escritos que nos acrescentam e trazem reflexões construtivas como os seus !!!
Concordo que a inveja pode nos impulsionar a sermos melhores naquele aspecto, mas é difícil não perdermos o controle deste equilíbrio, por isso acredito que quando a detectamos em nosso íntimo, o melhor mesmo é correr dela analisando bem os motivos e usando isso de uma forma saudável se ainda for possível.
Também acredito que a blogosfera não é uma competição, até porque ficaria impossível escolher um vencedor e a demanda é tanta que seria infantilidade achar que somos os melhores, pois não só aqui, mas em qualquer aspecto, existirá sempre alguém melhor ou pior.
Temos que focar para usar esta diversidade para nosso bem, eu por exemplo aprendi muuuito, mas muito mesmo e ainda aprenderei um montão a mais lendo os textos alheios, sejam sobre o que for, cada um deles me acrescenta algo, me mostra uma nova forma de me expressar, me inspira para algum assunto, ou até mesmo me dá o que pensar em termos de vida pessoal ou profissional.
Ficar invejando um texto ou um blogueiro é desperdício de energia que não nos levará a lugar nenhum, por isso é melhor dar lugar a admiração e aprender com quem faz bem o que faz !!
Um beijãooo, adorei !

Ana Reis | 8 de abril de 2011 às 12:05

Olá Sam! Que bom contar com a tua opinião neste tema :)
É incrível que, por muito preenchido que esteja o meu dia, eu também consigo arranjar tempo para ler os meus blogs favoritos. Acho que é um vício mesmo!
Além disso a escrita "fresca" da blogosfera tem sempre aquele sabor especial. Sem os dramas da edição constante penso que ficamos mais perto da escrita "bruta" dos autores e, com isso, ficamos um pouco mais perto dos seus pensamentos mais íntimos.
Por vezes fica impossível usar a inveja para um crescimento positivo. Porque a inveja é quase sempre um caminho de olhos vendados. Quando estamos atolados com inveja pelo trabalho dos outros raramente perdemos tempo em olhar em frente, para o nosso próprio caminho.
E assim fica mais fácil tropeçar, virar no sítio errado, acertar numa poça.
Gosto sempre de me maravilhar com o trabalho de outras pessoas. É como escreves: dá-nos que pensar. E às vezes lemos uma ideia tão diferente do normal que, por pequena que seja, começa a criar raízes em nós e leva-nos a mudar, por completo a forma como encaramos a nossa vida. E isso é algo que vale a pena experimentar.
O crescimento pessoal e profissional deve ser uma constante nas nossas vidas. Caso contrário estamos a conformar-nos com menos do que aquilo que somos capazes de alcançar.

Um beijo enorme! E obrigada pelo comentário.

Bruno Borges Borges | 9 de abril de 2011 às 01:59

A inveja é um dos sentimentos inerentes ao ser humano. Não é fácil conviver com ela.

Acredito que seja possível distinguirmos a inveja saudável (motivadora) daquela destrutiva e prejudicial à nossas vidas.

Entendo que quando a inveja impede o olhar para o próximo, isso realmente torna-se ruim para nosso comportamento pessoal e social.

O invejoso, no pior sentido, ataca e é intolerante. Desvaloriza e critica de forma leviana.

Já a inveja saudável é, de fato, motivadora, porque pode lhe ajudar a superar limites.

Paz e felicidade,

Bruno Borges Borges
brunoborgesborges.blogspot.com

Ana Reis | 10 de abril de 2011 às 13:10

Olá Bruno, muito obrigada pela tua visita e pelo comentário.
Tens razão, não é fácil conviver com a inveja: com a nossa e com a dos outros! Mas é realmente um sentimento inerente ao ser humano.
Penso que esse é um sentimento que engana e, se o ignorarmos é possível que ele se intensifique sem que nos apercebamos disso. A inveja saudável é boa no início, mas não me parece que seja positiva a longo prazo.
Quando esse se sentimento se torna crónico e nos acompanha ao longo de todo o nosso dia, uma inveja que poderia ter sido positiva pode acabar por nos ferrar. Portanto, acho que é quase sempre uma questão de quantidade.
Penso que definiste muito bem o que significa ser um invejoso crónico: intolerante. Porque quando nos embrenhamos nesse sentimento acabamos por ver todos aqueles que nos rodeiam como inimigos e gastamos todo o nosso esforço a defender o nosso ego e a construir muralhas à nossa volta.
Acredito que aprender a olhar para o trabalho dos outros sem inveja e com admiração é o primeiro passo para uma luta mais equilibrada na jornada para refinar os nossos talentos.

Muito obrigada pela tua contribuição. Um grande abraço

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