A pequenez de pensamentos

Ontem, em conversa com a Rocío (outra companheira de piso), fiquei espantada com a pequenez dos meus próprios pensamentos. A certa altura começamos a falar de livros, e comentei que me impressionava todo este fenómeno da saga "Crepúsculo", porque não consigo gostar, nem da história nem da forma como está escrita. Então ela respondeu-me algo que eu não estava à espera: "Pode ser que as pessoas que lêem esse livro nunca tenham lido um livro antes e por isso se sintam mais entusiasmadas"!
Senti que tinha razão, mas eu demoraria bastante a chegar a essa conclusão. Sempre pensei que um bom livro era como o Vinho do Porto: os anos melhoravam o seu sabor. Mas agora percebo que, tal como o vinho, o gosto pela leitura é algo que se cultiva e vai ficando mais refinado com o tempo. Por isso, considero-me uma pessoa com muita sorte, uma vez que soube o que era um livro pelas mãos dos meus pais e aprendi vê-lo como um pequeno tesouro, um bilhete para outros mundos.
Assim, estes "best-sellers" que movem multidões, têm a capacidade que os livros que eu adoro não possuem: a de cativar as pessoas para o mundo dos livros. Estes livros cujo sucesso não compreendo tornam-se numa porta para um novo e enigmático mundo de criação humana. Uma criação que vence tudo o que é físico e definível, uma criação tão profunda que as palavras se tornam meros veículos, porque aquilo que os autores pretendem transmitir transcende o papel e a própria vida.

Os livros são mais uma etapa na escala da comunicação, um instrumento fabuloso que nos ensinou muito ao longo dos seus muitos séculos de existência. Contudo, creio que a Internet o vai substituir (embora duvide que acabe com a sua existência), o que suponho que seja algo positivo até. A Internet tornou-se um instrumento maravilhoso que nos permite comunicar e interagir e níveis nunca antes experimentados, contudo tudo depende do usuário dessa tecnologia.
Como um professor meu muito bem me dizia: "Evoluímos muito a nível tecnológico, contudo, esquecemo-nos de evoluir social e culturalmente; a nossa mentalidade está tão atrasada que é como puséssemos um carro da fórmula 1 nas mãos de uma pessoa que não sabe sequer conduzir". E por isso não somos mais capazes de avançar... não foi a Internet que trouxe todos estes problemas, foram as pessoas que a usaram erradamente...

Mas como sempre, tudo isto não passam de reflexões minhas. Só espero que causem algum impacto e reacção no leitor que queira por aqui passar.

Uma das minhas músicas favoritas: Paulo Gonzo - Falamos depois...


Até breve

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