4 sentimentos que podem fortalecer a tua escrita

Não acredito que exista alguém neste mundo capaz de te motivar a perseguir o sonho de te tornares escritor.

Alguém pode plantar a semente ou dar-te aquele empurrão. Mas não esperes por um mentor, não esperes por uma fada madrinha com uma arma que te obrigue a sentar numa cadeira e começar a escrever.

Aprender a escrever é um caminho muito pessoal, recheado de grandes dúvidas e de pequenas conquistas. Recheado de páginas horríveis que não darias a ler nem à tua própria mãe e de grandes textos que vão permanecer na sombra, incógnitos.

[caption id="attachment_710" align="aligncenter" width="518"] I've never felt so lost | Meg Wills[/caption]

O evoluir das capacidades de um escritor é sempre um caminho caótico. Semelhante a um passeio por um campo de batalha: estarás rodeado de morte, desilusão e destruição, mas, ocasionalmente, se tiveres estômago para isso, podes encontrar grandes tesouros.

A escrita não é um processo racional. É um processo emocional e criativo que é, muitas vezes, inibido pela nossa própria lógica e racionalidade. Um bom texto não deve ser aquele que siga todas as regras, convencionais ou imaginárias; um bom texto define-se pelo sentimento que o autor conseguiu imprimir nele.

A capacidade de escrever bons textos (aos olhos dos outros) é algo que vem com o tempo. Primeiro é preciso pisar muitas minas terrestres e embrenharmo-nos na assustadora floresta que é a nossa alma.

Deves contar as histórias que desejas ardentemente contar mas manténs na sombra por medo e vergonha. Senão corres o risco de estagnar.

Foi o que aconteceu comigo: comecei a contar aquilo que eu pensava ser importante para os outros. Por isso, em pouco tempo, deixei de ter a motivação para escrever. Parei de evoluir, parei de pisar minas e mantive-me no trilho mais seguro.

Por vezes, para crescermos enquanto escritores, é preciso escrever aquilo que nos vai na alma e ignorar tudo o resto.

Para o fazer podes começar por explorar os teus sentimentos:

1) Insatisfação


A insatisfação pode ser uma grande fonte de motivação. Todos passamos por situações nas quais nos sentimos impotentes. Em que sofremos e desejamos ardentemente mudar a nossa realidade, ou a realidade das pessoas que nos rodeiam.

As grandes mudanças são desencadeadas por grandes gritos e pelo inconformismo com o rumo das coisas. Todos experimentamos esse sentimento em alguma área das nossas vidas. Agarra-o. Explora-o. E podes estar a abrir as comportas de um dom maravilhoso.

Todos queremos contribuir para tornar este mundo um lugar melhor. Não precisas de ser um génio da escrita para o fazer. Basta escreveres com a raiva a pulsar na ponta dos teus dedos e quando deres por ti as palavras fluirão, sem que tenhas que esforçar-te por isso.

2) Tédio


Comecei a escrever porque estava aborrecida com a minha vida. Parecia-me injusto viver uma só realidade enquanto na minha cabeça pulsavam 1000 universos diferentes à espera de serem explorados.

O tédio é um sentimento poderoso. Porque se nos mantivermos desocupados a nossa criatividade irá rebentar como um tsunami, exigindo toda a nossa atenção. O nosso cérebro não gosta de estar parado, por isso, quando paramos de o alimentar com coisas desnecessárias (como a televisão) estamos a dar espaço para que a nossa mente se dedique a uma actividade muito mais produtiva: criar!

3) Tristeza


Aprendemos a encarar a tristeza e a dor como algo negativo. Brechas na nossa personalidade que devemos esconder para que os outros não nos achem vulneráveis. Mas ao escondê-las estamos também a matar a possibilidade de tornar os nossos textos mais autênticos.

A tristeza faz parte da vida de todos nós. A tristeza dos outros é algo que percebo e respeito. Porque sei que essa tristeza é algo que faz parte da condição humana e é algo que nos torna, quase sempre, mais fortes.

A tristeza pode ser o ponto de partida para a mudança. Não são raras as histórias de pessoas que bateram no fundo e decidiram que a única opção que lhes restava era subir.

Quando falo em bater no fundo não falo apenas de situações de pobreza, de abandono e de rejeição. Penso que a intensidade das perdas depende de cada um de nós. Não desvalorizes a tua tristeza, por muito que o teu vizinho aparente sofrer mais do que tu. Usa-a para escrever textos com significado, nem que seja só para ti.

4) Medo


Vivi tanto tempo paralisada pelo medo que, por vezes, tenho vergonha de o admitir.

Mas depois de anos a tentar lidar com o medo que sentia ao expor-me aos outros aprendi a interpretar o meu medo de uma forma bem diferente.

Aprendi a ver o medo como um sentimento bom. Quando estou apavorada sei que estou no bom caminho. Pega em temas e histórias que te deixem apavorado. Aceita desafios para os quais não te sintas completamente preparado.

Porque o medo esconde oportunidades. E escrever sobre temas que receias pode ser o ponto de partida para grandes textos.



A fluidez da escrita é algo que depende da fluidez dos sentimentos de quem escreve. Um texto racional é um texto educativo, por isso não podes esperar que esse texto seja capaz de inspirar os teus leitores.

Escrever pode ser uma experiência dolorosa, no sentido que nos obriga a olhar para as partes de nós que preferimos ignorar. Talvez por isso tantos escritores tenham sido pessoas desequilibradas.

No entanto, para cada desequilíbrio causado pela exploração na escrita penso que todos podemos esperar ficar um pouco mais fortes, enquanto pessoas e enquanto escritores.

Não esperes pela ideia perfeita e pelo momento ideal. Porque o momento ideal é agora e a ideia perfeita é o que te apetecer escrever neste preciso momento.

Boa escrita e até breve!
Créditos da imagem: Meg Wills

38 comentários:

Luísa L. | 24 de março de 2011 às 20:15

Gostei muito do artigo, Ana!
Adorei o teu espaço: útil, claro, bem escrito, bonito. Parabéns. Vou usar. Vou abusar nos momentos de vazio mental.

rogermaxrjs.com.br | 24 de março de 2011 às 21:34

Olá, bem interessante a produção; algo que me chamou a atenção foram os sentimentos, não sei se só eu tenho esta impressão, mas é inerente com maior ou menor intesidade na vida do poeta alguns, todos ou um dos mencionados, parabéns pelo post, ficou muito legal, um grande abraço...

Ana Reis | 24 de março de 2011 às 21:34

Olá Luísa, muito obrigada pelo comentário e pela tua visita :)
E obrigada pelos elogios. Fico feliz que tenhas gostado do espaço, ainda não está exactamente como eu quero. Manias de quem gosta de estar sempre a reinventar-se.
Muita sorte na exploração dos "vazios mentais" (gostei muito da expressão).
Grande abraço

Ana Reis | 24 de março de 2011 às 22:07

Olá Rangel, muito obrigada pela participação.
É verdade que são muitas as histórias de poetas que vivem intensamente estes sentimentos, e, por isso, foram capazes de nos deixar com textos maravilhosos que retratam a profundidade da alma humana.
No fundo, à medida que nos vamos conhecendo e partilhando esse conhecimento com a humidade estamos a contribuir para a evolução dos outros. Penso que a escrita nos últimos tempo tem estado demasiado ligada à lógica, em vez de estar mais ligada à criatividade.
E na verdade, as melhores obras não são aquelas que seguem todas as regras! Pelo menos na minha opinião.
Um grande abraço

rogermaxrjs.com.br | 24 de março de 2011 às 22:20

Verdade querida Ana, um grande abraço, qualquer coisa estaremos às ordens.

Emilia | 24 de março de 2011 às 22:37

Parabéns pelo seu texto que para além de estar muito bem escrito é pedagógico e informativo.
Escrever, mesmo dando primazia às emoções, tem as suas regras, é como pintar ou tocar.
Primeiro sabemos as regras nem que sejam as básicas, depois pomo-las ao serviço do que queremos comunicar
O dom tem que existir, depois é trabalha-lo.
As suas dicas para mim que sou pintora são de uma extrema valia, vou seguir os seus conselhos.

Abraços

SamantaSammy | 24 de março de 2011 às 22:58

Olá querida !!!

Mais uma postagem maravilhosa !!!! Você arrasa !! Quando crescer quero escrever que nem você !!! hehehe
Muito bem elaboradas e claras as suas colocações, adorei !!
Comecei a escrever por tédio e hoje continuo escrevendo com os sentimentos, sempre vai nos meus textos minhas verdades, minhas impressões e opiniões de uma forma muito visceral... Tomo cuidado para não extrapolar, afinal em tudo na vida é necessário equilíbrio, mas muitas vezes quando releio sinto os sentimentos quase que palpáveis ! E assim sigo aprendendo com o que escrevo, analisando o que sinto, amadurecendo e crescendo.
Sem dúvidas os sentimentos que mencionou não são de todo ruins se os usamos a nosso favor, para adquirir experiência e porque não, para também melhorar nossa escrita :)
Muito bom seu texto !! Parabéns !!
Um beijãozão !

Ana Reis | 24 de março de 2011 às 22:59

Olá Emilia, obrigada pelo comentário. Fico mesmo feliz que este artigo tenha sido útil. Nunca pensei que se podia aplicar a outras áreas para além da escrita, mas depois do seu comentário percebi que se pode aplicar a todas as áreas onde possamos aplicar a nossa criatividade.
Levantou duas questões muito importantes que não tive a oportunidade de abordar neste artigo:
- Primeiro: temos que conhecer as regras. É essencial para termos um ponto de partida. Caso contrário, sem pontos de apoio apenas iríamos sentir-nos mais perdidos.
- Segundo: o dom tem que existir. Eu não diria tanto o dom, mas sim a paixão. Porque o que não falta neste mundo são pessoas talentosas que não trabalham os seus dons.
A paixão é a origem de tudo e os sentimentos ajudam-nos a ultrapassar as dúvidas que preenchem a vida de qualquer criativo.

Um grande abraço

Ana Reis | 24 de março de 2011 às 23:09

Olá Sam! Que bom receber um comentário teu :)
Imagina, ainda sinto a minha escrita tão fresca, preciso de trabalhar muito mesmo para conseguir expressar bem os meus sentimentos. Tem sido uma jornada cheia de curvas e contracurvas. Mas expor a minha escrita neste blog foi o que mais me ajudou a crescer nos últimos tempos.
Muito obrigada por partilhares a tua experiência. Parece que não sou a única que começou a escrever por tédio, acho que esse é um sentimento que impulsiona muito a criatividade. Apesar dos momentos de tédio não serem propriamente algo que gostemos de experimentar.
Eu percebo o que queres dizer com sentimentos palpáveis. É preciso ter também em atenção que os sentimentos devem ser trabalhados. Essa foi uma parte importante que não falei, fico feliz que tenhas abordado o tema!
Os sentimentos menos bons podem fortalecer a nossa escrita, no entanto não devemos confiar neles cegamente. Por vezes temos que escrever, afastar a nossa mente do assunto e reler os nossos textos debaixo de uma nova luz. Porque é nesta análise que amadurecemos, como tão bem nos alertaste.
Por vezes conseguimos passar tanto de nós para uma página que pode ser uma experiência assustadora. Por isso é bom dar um tempo para digerirmos certas ideias antes de as partilhar com o mundo. Os sentimentos são primordiais, e se não forem trabalhados não acrescentarão valor aos nossos textos.
Um grande abraço!

Clarice | 25 de março de 2011 às 01:57

Bom, eu sou uma poetisa iniciante, que começou a escrever devido a tristeza, sentimento péssimo mas que nos motiva a escrever, que por mais que estejamos calados ou pra baixo nos faz refletir sobre o papel e expressar o que sentimentos por dentro. Eu só não sabia que sentimentos ruins podiam fazer de nossa mente algo com mais imaginação, engraçado, quando nos sentimos caindo em buraco é quando temos mais facilidade em escrever, pelo menos nos casos de pessoas muito emocionais, me enquadro nessas pessoas, e não me arrependo adoro escrever e acho que quem sabe isso tem uma arte que parte da alma e coração e vai para o papel! Beijos

Valeria Mello | 25 de março de 2011 às 05:03

Escrevo há muito tempo. É mais que puro prazer, é necessidade.

Porém, foram raras as vezes que consegui escrever. E quando as palavras me falham, sempre recorro a uma boa leitura. No meu caso, funciona como um alimento.

Gostei muito do seu espaço. Limpo, leve e bem delineado.

Grande abraço!

Ana Reis | 25 de março de 2011 às 09:54

Olá Clarice, muito obrigada pelo teu comentário. E por partilhares a tua experiência com todos nós!
Os sentimentos menos bons podem ser inspiradores. No entanto, gostava que ficasse claro que eu não os considero a todos ruins. São simplesmente sentimentos que todos experimentamos e que não devem definir, por completo, a nossa escrita. Porque penso que a escrita deve sempre tentar acrescentar algo de positivo à vida dos leitores. O mundo não deve ser um lugar escuro e depressivo, especialmente nos tempos em que vivemos. Penso que a tristeza pode ser positiva para a vida de outras pessoas se nos atrevermos a acender uma luz.
Fico feliz por conhecer mais uma amiga escritora. Muita sorte e um grande abraço :)

Ana Reis | 25 de março de 2011 às 10:01

Olá Valeria, obrigada pelo comentário. Compreendo quando dizes que escreves por necessidade. Isso também acontece comigo. Comecei a escrever por tédio e tristeza mas a escrita acabou por se transformar num hábito que já não consigo largar.
Quando as palavras me falham também costumo ler textos de outros. Mas nos últimos tempo tenho acumulado tantas leituras, foi então que percebi que a escrita dos outros só nos pode alimentar até um certo ponto. Para começar a escrever, por vezes temos que passar "fome". Não no sentido literal, mas no sentido de nos afastarmos das leituras para que cresça em nós a necessidade de criar.
Obrigada pelos elogios.
Um grande abraço

Jackie Freitas | 26 de março de 2011 às 01:01

Oi Ana querida!
Como sempre, mais um texto super bem escrito e que vai na veia! Gosto dessa sua objetividade e transparência.
Eu escrevo desde cedo. Aprendi a escrever, lá estava colocando meus pensamentos borbulhantes no papel! O curioso disso é que por ter vivido boa parte da infância cercada pelo medo, assustada com a vida, encontrei no papel a minha fuga e amigo! Sempre coloquei exatamente o que estava sentindo no momento da escrita e assim o faço até hoje!
Tomando como base os meus escritores e leituras preferidas, acredito que a boa escrita é aquela que sentimos entrar no coração, que nos faça parar e pensar aquela situação, ou seja, refletir mesmo! Acho que aí escolhi o meu caminho, porque nunca paro de questionar e refletir. Meu marido até brinca comigo que paro para observar o pássaro voando e dali eu faço algum tipo de reflexão que me leva a escrever ou questionar...rsrs... Talvez seja isso mesmo, porque aprendi desde cedo a ser muito atenta a tudo que me cerca. E posso afirmar que nesse processo consegui juntar todos esses sentimentos de uma única vez e traduzi-los (ou tentar) através da escrita. Da minha escrita.
Quando criei meu blog, meu "lema" (digamos assim) era: se, com a minha escrita, eu conseguir atingir pelo menos um coração, sentirei que cumpri minha meta. E hoje, honestamente falando, é assim que me vejo ainda. Escrevendo com o coração em busca de outros corações que consigam sentir os mesmos medos, angústias, indignações, felicidade ou amor que sinto. E como é importante estabelecer essa troca! Porque muitas vezes percebemos que aquele medo que nos consumia era apenas uma "estação" que chega na vida de todos. Mas que volta de vez em quando... Estamos sempre nessa busca pelas respostas e tenho certeza que os questionamentos serão combustível para qualquer mente cansada, entediada, triste, medrosa ou insatisfeita... São todos sentimentos que compõem nossa essência.
Grande beijo, minha linda e parabéns mais uma vez! Já percebeu que é muito difícil eu vor aqui e não soltar a minha mente, né? rsrs ;)
Jackie

Andrê | 26 de março de 2011 às 03:46

huuum... mto interessante...
eu kis acrescentar o desejo de liberdade e a ciencia de q se ja se tem ela na escrita, q pode definir o jeito proprio de escrever. afinal, quando a gente se sente livre pra escrever do jeito q vier na cabeça eh q para de imitar algum escritor preferido ou nao sente vergonha de fazer exatamente isso. eu acho mto importante, foi mto importante pra mim.
e a impulsividade, q ta ligada a coisa da liberdade. eu to sempre carregando alguma caneta e papel pra nao perder aquelas ideias q vem de repente.
mto bom seu texto. se tiver com tempo, dá uma passada no meu blog? mas soh se tiver com tempo livre mesmo, pra não perder ele. huahuahauhahauh
abraço, e prazer!

Carla | 26 de março de 2011 às 04:00

Perfeito! Vou começar escrever já rsrs...pra q analista!?

Ana Reis | 26 de março de 2011 às 10:37

Olá Jackie, muito obrigada pelos elogios. Fazem-me sentir no bom caminho, apesar de muitas vezes ficar cega com as dúvidas.
Identifico-me imenso com a tua experiência. Eu tive uma infância muito livre, mas foi na adolescência que vivi rodeada pelo medo. Por vezes sinto que não deixei estes caminhos escuros totalmente para trás. E, até hoje, isso continua a ser a minha fonte de motivação para escrever. A escrita para mim, mais do que uma fuga tornou-se uma cura e fez de mim a pessoa que sou hoje.
Histórias como a tua são inspiradoras. Porque nos relembram sempre que a escrita com o coração é poderosa. E para escrever com o coração é preciso coragem, o que quase nunca é associado ao estereotipo do escritor. Escritor é normalmente a pessoa sedentária que se dedica a inventar. Mas só quem escreve com o coração sabe a aventura que é explorar os seus próprios sentimentos e o desafio que é passá-los para o papel. É sempre uma experiência que nos fortalece.
Gostei muito de conhecer o teu lema. Eu penso exactamente a mesma coisa. Sempre que publico um artigo, faço uma apresentação ou uma palestra. Penso que, se for capaz de tocar um só coração todo o esforço terá valido a pena. Porque, enquanto seres humanos é nesta entrega aos outros que encontramos a felicidade, apesar das críticas e das coisas menos boas que por vezes advêm daí; é nesta entrega que encontramos um propósito para a nossa vida. E seres humanos com um propósito são seres poderosos.
Escrever impulsionado por sentimentos ajuda-nos a conectar com outras pessoas. E nós não podemos sobreviver sem essa ligação aos outros.
Obrigada pelas tuas palavras sábias.
Um grande abraço

Ana Reis | 26 de março de 2011 às 10:44

Olá André. Muito obrigada pela visita e pelo comentário. E muito bem-vindo ao blogue.
O desejo de liberdade quase que podemos incluir na insatisfação. Porque, normalmente, esse desejo nasce de quem vive confinado por grandes barreiras.
Essa liberdade de se escrever do jeito que queremos é muitas vezes minada por nós próprios. Queremos tanto agradar aos outros que acabamos por "matar" a nossa liberdade, sem que sejamos conscientes disso. E sem essa liberdade a nossa escrita pode mesmo acabar por definhar.
Eu também costumo levar sempre comigo papel e caneta para anotar qualquer ideia que surja nos momentos menos oportunos. Apesar de isso atrair muitos olhares desconfiados das pessoas que me rodeiam. ihih
Eu costumo visitar sempre os blogues dos meus leitores. Quando eu tiver assim mais tempo eu passo pelo teu.
Um grande abraço

Ana Reis | 26 de março de 2011 às 10:54

Olá Carla, vou ser muito sincera, não percebi o teu comentário. Talvez quisesses gozar um pouco com o tema.
No entanto, vou aproveitar esta resposta para comentar o assunto que levantaste. Escrever é muitas vezes uma recomendação feita por psicólogos. E por alguma razão o é. O importante não é que eles leiam os nossos devaneios, o importante é que nós nos tornemos conscientes deles. Porque é nessa consciência das nossas debilidades que nos tornamos mais fortes e nos tornamos receptivos à mudança nas nossas vidas. Porque quem escreve com o coração (como já disse noutro comentário) é uma pessoa corajosa...
Um grande abraço e fica bem

Amanda | 26 de março de 2011 às 19:39

Gostei muito, só por uma coisinha que discordo... O tédio não ajuda muito não, para mim ele atrapalha. Mas enfim, sou escritora(posto minhas histórias em websites) e concordo com quase tudo o que você disse, menos o tédio... Mas muito bom o post

iuri | 26 de março de 2011 às 20:51

muito interresante e bastante informativo,obrigado pelo texto
Valeuuuuu!!!!!

Rafael Correa | 26 de março de 2011 às 21:41

Muito legal,obrigado pelas informações,sou rafael, tenho 13 anos e acredito que posso ser um futuro e grande escritor,e sem seu texto esclarecedor,eu demoraria muito á entender a escencia da escrita.Brigado.

Anonymous | 26 de março de 2011 às 22:25

Ana, todos os quatro fatores citados por você já me influenciaram bastante na composição das Crônicas e Poesias. Mas, os que mais me motivam são a indignação (para Crônicas), que também apelido de "Ira Santa", e o enlevo espiritual (para Poesias) que é quando você chora por emoção, depois de verificar nossa verdadeira pequenez.

Nunca tinha parado pra pensar no que fertiliza a inspiração, embora sempre intuísse o que fosse!

Uma pergunta técnica: qual o plugin que você usou, ou dica, macete, sei lá, para apresentar seu Gravatar com foto nos comentários e perfil??

Já tentei de todas as formas conectar meu perfil "admin" com meu Gravatar (adicionei até o endereço de email do "admin" ao Gr.), mas não consigo. Podes me ajudar??

BJs!

Yolanda | 27 de março de 2011 às 04:59

Que alegria estar aqui no teu blogue, amiga Ana Catarina, e ver tantos comentários! Fruto, é claro, de teus escritos maravilhosos.
Sempre levo algo de bom quando leio tuas publicações. E você acaba sendo minha fonte de inspiração.
Segundo o dito popular, todo mundo deveria plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro antes de morrer.
Bom, só me falta criar coragem e começar a escrever... Antes disso tenho muito a aprender contigo, minha amiga!
Meu carinho,
Yolanda

Ana Reis | 27 de março de 2011 às 18:08

Olá Amanda, muito obrigada pelo teu comentário. E bem-vinda ao blog.
Tens todo o direito de discordar, na verdade, adoro conhecer quem tenha opiniões diferentes das minhas. É sempre uma experiência enriquecedora.
Eu compreendo a tua opinião. Escrevi este artigo a pensar nos sentimentos que me ajudaram a desenvolver a escrita. No entanto, é normal que nem todos se apliquem a todos nós. O tédio no meu caso levou a uma insatisfação com o rumo da minha vida, e essa insatisfação levou-me a tomar uma iniciativa... Por isso decidi incluir o tédio nesta pequena lista.
Fico feliz de conhecer uma amiga escritora. Um grande abraço :)

Ana Reis | 27 de março de 2011 às 18:10

Olá iuri, obrigada pelo comentário. Fico feliz que o artigo tenha sido útil e informativo. É sempre bom saber se consegui ou não transmitir bem as minhas ideias.
Um grande abraço

Ana Reis | 27 de março de 2011 às 18:13

Olá Rafael, obrigada pela tua participação. Na verdade, ter confiança nas nossas capacidades é o mais importante para perseverar na escrita.
Sem confiança é difícil vingar em qualquer área das nossas vidas. Percebo que tu a tens. Nutre-a!
Um grande abraço e muito boa sorte :)

Ana Reis | 27 de março de 2011 às 18:34

Olá, muito obrigada por partilhares a tua experiência. É muito bom que alguém seja capaz de reconhecer estas emoções na sua escrita. Significa que esses são sentimentos universais que podem ajudar muitas pessoas a desenvolver as suas capacidades enquanto escritor.
Experiências de indignação e de enlevo espiritual são bastante poderosas, por isso é normal que, na nossa tentativa de as passar para o papel acabemos por fortalecer a nossa própria escrita! Penso que todos os que escrevem sentem isso ao nível do inconsciente. Mas se nos tornarmos conscientes da influência e poder das nossas emoções podemos multiplicar o número de genuinamente bons textos que somos capazes de produzir.

Quanto à tua pergunta técnica: em primeiro lugar, para exibires o teu gravatar deves preencher o campo de email (o que não fizeste). Se não tens nenhum gravatar associado ao teu email podes ir ao site Gravatar: http://br.gravatar.com (se fores do Brasil) ou http://pt.gravatar.com (para Portugal). Basta registares-te (só te pedem o email) e criar ou mudar o teu Gravatar. É bastante simples.
Se já tens um gravatar associado ao teu email (o que pode acontecer se tiveres uma conta no gmail, por exemplo), e se quiseres que ele seja exibido de cada vez que comentas tens que fornecer o teu email. O email não é visto por mais ninguém além do autor e administrador do site. Por isso não precisas de te preocupar.

Não sou perita na matéria. Mas já enfrentei o mesmo problema e foi assim que o resolvi.
Um grande abraço

Ana Reis | 27 de março de 2011 às 18:44

Querida Yolanda, é sempre um prazer receber um comentário teu!
Também para mim foi uma agradável surpresa esta enchente de comentários. Já começava a duvidar da minha habilidade para a escrita. Ahah!
Eu também levo sempre muitas coisas boas ao ler os artigos de outros blogues (inclusive o teu!) e ao ler os comentários sentidos de quem decide cá passar.
É uma honra ser uma fonte de inspiração. Acredita que a minha fonte de inspiração são todos os cruzam o meu caminho (incluindo o caminho digital). Talvez seja esta a minha forma de retribuir, traduzindo em palavras tudo o que aprendo com as pessoas e com o mundo.
Sabes, percebi à uns tempos que quanto mais pessoas conheço, mais me conheço a mim própria. E quanto mais me conheço mais de mim sou capaz de dar aos outros e mais contribuo para melhorar a vida de todos os que tiverem paciência para me escutar.
Este blogue tem sido a minha forma de criar coragem para começar a escrever um livro. E embora haja dias em que me sinta mais fraca, sei que, a longo prazo estes meus textos são a fundação para que eu construa a minha carreira enquanto escritora. E são fundações que tenho construído com a ajuda de todos aqueles que por aqui foram passando.

Obrigada pelas tuas boas palavras. E muita coragem, tenho a certeza que serás capaz de quebrar o receio e começar a escrever!
Um grande abraço

Anonymous | 18 de agosto de 2011 às 19:47

Maravilhoso, tudo o que eu nao esperava

Marcia Araujo-Fortaleza | 20 de agosto de 2011 às 03:36

Ana, fiquei muito tranquila com o seu texto sobre a escrita. Tenho dentro de mim vontade enorme de escrever sobre muitas coisas diferentes, sentimentos, expressões e impressões que eu tenho e sinto, mas me faltava uma luz. Agora já tenho, essa que vc diz que o momento é agora, não esperar o momento perfeito. Vc está certa. Vi quanto tempo eu perdi. Serei ainda uma grande escritora! Obrigada por suas palavras, me iluminaram. bjs do meu Ceará.

Ana Reis | 29 de agosto de 2011 às 13:56

Muito obrigada pela visita e pelo elogio,
Um grande abraço

Ana Reis | 29 de agosto de 2011 às 14:02

Olá Marcia, muito obrigada pelo comentário e por partilhares as tuas dúvidas.
Tal como tu eu já dei por mim à espera do momento perfeito, das condições ideais e da ideia mais fantástica. O que eu não sabia nessa altura é que a capacidade para fazer seja o que for depende da prática. O que significa que se essa ideia magnífica me apanhasse desprevenida o mais provável é que eu a deixasse escapar.
Por isso, um grande texto ou um grande livro depende do grau de preparação e maturidade do escritor. Não desistas de escrever, mesmo que os teus primeiros textos te pareçam fracos.
Porque é assim que todos começamos. A diferença é que nem todos os escritores falam sobre isso.
Um grande abraço e fica a saber que a luz que encontraste já estava lá, mas fico feliz por te ter ajudado a descubri-la :)

elbison | 15 de setembro de 2011 às 04:11

Oh...que massa me deu impulso pra continuar lutando ,que mulher inteligente é você hein?tchau e bjs

Ana Reis | 1 de novembro de 2011 às 22:36

Olá Elbison! Era essa a intenção!
Os sentimentos, bons ou maus, podem dar aquele impulso e aquele "tempero" que tanto buscamos. Fico feliz por ter sido útil.
Um grande abraço

Marcia Araujo-Fortaleza | 21 de novembro de 2011 às 01:40

Muito obrigada pela mensagem! Você vai ajudar muita gente ainda, muiiiiiiiiiiiiita se deus quiser! bjs

Andressa Correa | 17 de outubro de 2012 às 09:06

Adorei seu texto , aposto que um livro seu deve ser ótimo , se puder monta um fanfiction , me ajudou muito , e eu queria te fazer uma pergunta , eu tenho um enxurrada de ideias , não sei se e por que e meu primeiro livro , mais eu acabo me contradizendo com minhas proprias ideias , e também acho que tenho texto demais pra um capitulo só isso ta me afastando da escrita

Ana Reis | 23 de outubro de 2012 às 19:39

Olá Andressa! Muito obrigada!
Já pensei muitas vezes em escrever uma fanfic. Apesar de tudo o meu sonho sempre foi escrever ficção, e está a custar-me arrancar. Talvez uma fanfic seja mesmo o empurrão que estou a precisar.
Quanto ao problema que falas: eu compreendo. Dos poucos contos que escrevi tive sempre esse problema. E acho que o único que se pode fazer (embora seja doloroso) é dar um espaço dalgumas semanas antes de voltar a olhar para aquilo que escrevemos. Até nos conseguirmos distanciar emocionalmente das nossas palavras. A partir desse momento somos livres de editar furiosamente os nossos textos.
Ninguém escreve um bom texto à primeira. Sabe editar bem também é arte :)
Boa sorte e um abraço

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