Cria o teu próprio emprego | "Ser Freelancer em Portugal"

Este fim-de-semana, enquanto o mundo tinha os olhos postos no Japão, os portugueses inundavam as ruas, qual tsunami, com os seus gritos de protesto e de reivindicação.

Pessoalmente, apoio esta manifestação da “geração à rasca”, embora não tenha participado nela directamente. E, mesmo assim, não pude deixar de ficar estupefacta pela multidão entusiasta que invadiu as ruas da cidade do Porto. Foi algo digno de se ver. E é também o sinal de que Portugal se encontra no limite, em rota de colisão com um obstáculo que já é inevitável.

Não se trata de ser pessimista. Trata-se de aceitar de que, a crise actual, é o resultado de milhares de más decisões que moldaram a história do nosso país muito antes da chegada de Sócrates ou mesmo de Salazar. Por isso, manifestações como esta são a prova de que chegamos ao ponto de ruptura. E é nestes pontos que devemos abraçar a mudança ou corremos o risco de perecer no colapso de um estado negligente e corrupto.

A revolta só não vence a guerra


Apesar de tudo, as manifestações são uma consequência de más decisões. Acções deste tipo podem unir as pessoas debaixo de um sentimento de revolta comum, mas dificilmente poderão desencadear verdadeiras e duradouras mudanças.

Porque as manifestações servem para exigir uma acção concreta por parte da minúscula fracção com poder que nos governa, mas raramente se prestam a incendiar os corações das pessoas com um sonho, com algo pelo qual possamos lutar com as nossas próprias mãos.

A revolta é uma chamada às armas, mas nunca poderá ganhar a luta. E isso é algo que temos preferido ignorar nos últimos tempos. Porque é mais fácil (e mais atractivo, especialmente para os media) culpar tudo e todos do que partir para uma acção concreta.

Um país sustentável deve assentar no valor dos indivíduos e não dos seus governos. Porque os governos são passageiros e algumas pessoas deixam legados inspiradores que podem ser eternos. Protestar não é o mesmo que fazer. E é o fazer que nos vai levar para fora desta crise, no entanto, parece-me que não nos prestamos tanto a isso quanto nos entregamos à doce loucura da contestação.

Na verdade, o valor de um país irá assentar na criatividade e determinação dos profissionais liberais e das micro empresas. Esses profissionais têm que transceder as adversidades e a instabilidade dos seus governos e criar a sua própria economia.

Claro que esta não é uma mensagem tão atractiva quanto a emoção causada pelos gritos de uma multidão. E é por isso que raramente a escutamos.

Hoje gostava de deixar uma sugestão a todos os meus leitores. Façam! Não deixem para os outros essa responsabilidade, porque podem não ficar satisfeitos com o resultado final.



Invistam em vocês, nos vossos sonhos e nas vossas capacidades. E é com este objectivo em mente e por sugestão da colega Ana Martelo, fundadora do blogue SerFreelancer.com, que decidi divulgar um evento inspirador a decorrer em Aveiro no próximo dia 2 de Abril.

A conferência “Ser Freelancer em Portugal” é uma iniciativa única que vai reunir diversos profissionais da área:

  • Miguel Alho – Programação Web

  • Paulo Faustino – Blogging

  • Ivo Renato – Formação

  • Carlos Rodrigues – Fotografia

  • Luciano Larrossa– Jornalismo

  • Ana Martelo – Produção de Conteúdo

  • Lígia Dias Costa – Tradução

  • Carlos Gavina – Design

  • Dora Ferro – Contabilidade

Pessoalmente, considero corajosa esta iniciativa da Ana Martelo. Já que ser freelancer, especialmente em tempos de crise, é algo que assusta muita gente.

Ser trabalhador independente é algo que acarreta bastantes mais riscos do que trabalhar por conta de outrem. No entanto, acredito que, se não estivermos dispostos a correr esses riscos não estaremos preparados para alcançar o sucesso. Porque viver a vida de forma cautelosa, esperando que os outros resolvam os nossos problemas, é uma vida que se torna insignificante.

Ser freelancer permite-nos viver para além dos padrões de uma empresa, chefe ou instituição. Permite-nos dar asas à nossa criatividade e de crescer para além do que seria possível se estivessemos limitados por regras que não são as nossas. Para todos os que procuram crescer a nível profissional recomendo esta conferência.

Porque, para além de reunir profissionais inspiradores que criam a sua própria realidade, este é um evento único a não perder sobre uma actividade que ainda vive na penumbra em Portugal.

Agarra esta oportunidade, as inscrições terminam dia 20 de Março. Podes inscrever-te na página web do evento!

Preparado para começar a mudar de vida?

6 comentários:

David | 14 de março de 2011 às 10:43

Boas Ana,

Concordo plenamente contigo.

Já agora, obrigado por partilhares esse evento.

Cumprimentos,
David Silva

Ana Reis | 14 de março de 2011 às 11:13

Olá David, obrigada pelo comentário!
Penso que este é um evento digno de ser divulgado, até porque coisas deste tipo raramente acontecem em Portugal.

Fico feliz que tenhas gostado da dica.
Um abraço :)

AnaMartelo | 14 de março de 2011 às 19:54

Olá Pessoal,

Antes de mais queria agradecer à Ana ter feito a divulgação do evento!
É bom ver a boa receptividade por parte das pessoas!

Espero ver muita gente por lá!
Lembre-se que as inscrições terminam já no próximo domingo!

Cumps,
AnaMartelo

Jackie Freitas | 14 de março de 2011 às 22:46

Oi Ana querida!
A crise tem a sua face do terror, principalmente quando coloca em risco a segurança e a sustentação das pessoas, porém, através dela vejo que muitas alternativas acabam surgindo. Já dizem que no momento da crise é quando as idéias (muitas delas revolucionárias e modificadoras) nascem e transformam um modo de pensar e agir de toda uma nação... Crise= Criatividade, não é? Por isso mesmo acho que nessas horas é importante que o espírito empreendedor dê lugar ao comodismo de muitos e assim sejam buscadas novas formas de evidenciar talentos e capacidades.
Acho super válida essa iniciativa e espero que ela apresente bons resultados! Aqui no Brasil, trabalhadores autônomos quando focam suas metas e objetivos e usam a seu favor as habilidades e conhecimentos, costumam fazer muito sucesso. Corre-se riscos, mas o que é uma vida sem riscos, não é?
Grande beijo, querida!
Jackie

Ana Reis | 15 de março de 2011 às 16:39

Olá Ana, obrigada por marcares presença aqui no blogue.
Fico feliz por divulgar o evento, como já disse, penso que é uma iniciativa importante que pode ajudar muitas pessoas.
Um abraço

Ana Reis | 15 de março de 2011 às 19:19

Olá Jackie, que bom receber um comentário teu :)
A crise é aterradora, e o problema é que muitas pessoas apenas se ficam por essa face da moeda. Porque a crise coloca em risco o nosso actual estilo de vida, é algo que implica mudança. Mas a crise também proporciona grandes oportunidades. Até porque nos obriga a sair da nossa área de conforto e a explorar possibilidades pelas quais nunca nos iríamos aventurar; verdade ou mentira?
Gostei muito quando escreves que Crise=Criatividade. Não podia estar mais de acordo. Porque muitas vezes é quando estamos em apuros que nos vemos obrigados a ser mais "criativos". Porque é quando vemos as paredes a fecharem-se sobre nós que encontramos, mais rápido, uma saída.
Também estou a torcer para que este evento seja positivo e que faça a diferença na vida de muitas pessoas. Aqui em Portugal ainda estamos muito atrás no que toca a riscos. Preferimos (não digo todos, mas sim a maioria dos portugueses) enveredar pelo caminho conhecido. Resistimos bastante à mudança, acredito que seja resultado da nossa história. E resistimos a tudo aquilo que difere das nossas crenças mais básicas.
O português não é conhecido pelo seu apreço a coisas inovadoras. Mas espero que esta nova geração de empreendedores possa mudar a situação.
Um grande abraço Jackie e obrigada pela visita!

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