Há dias estúpidos nesta vida...

Depois de um espectacular fim-de-semana na minha casinha de Portugal (com direito a banquete, festa e uma ida ao dentista... essa não foi muito agradável), o resto da semana passou a voar. Isto porque, depois horas perdidas em frente ao computador a escrever, e outras tantas a ouvir duras criticas ao meus artigos, o tempo tornou-se algo confuso na minha cansada cabeça.

Ontem, uma vez que não tinha aulas, e depois de enviar um outro trabalho (um pouco menos sofrido que o anterior), fiquei com tempo de sobra para mim. Lembrei-me de ir comprar o bilhete de autocarro para o Natal; então, por volta das 17h meti-me no metro a caminho da dita estação.

Depois de quase uma hora de viagem recheada de estranhas personagens, cheguei. No ar pairava um suave odor a apressadas partidas e emocionantes chegadas. Dirigi-me ao balcão da companhia Alsa, e prontamente me coloquei na imensa fila. Ao ver todos com malas comecei a desconfiar que não me venderiam o bilhete com tanta antecedência.

Saudei a funcionária com um esperançoso "boa tarde", e, depois de uma luta com as palavras em espanhol, que ainda demoram a sair, lá consegui pedir uma viagem de ida e volta para Portugal. O resultado foi aquele que eu esperava: para além de ali não conseguir aceder às promoções que a companhia oferecia a viagens compradas com antecedência, não poderia comprar o regresso para dia 10 de Janeiro. Decepcionada, mas com uma enorma vontade de rir de minha estupidez, liguei à minha mãe a contar o sucedido, rir-me um pouco mais daquela situação idiota e comprei uma revista ("Super interessante") para me entreter no cansativo regresso.

Ao chegar a casa enchi a minha mochila para a habitual ida ao ginásio, onde mais uma vez me aguardavam as intragáveis recepcionistas, cuja única habilidade é abrir a porta ao pressionar um botão na sua secretária. Convencida que estava mais que a tempo demorei a reagir quando me disseram: "Sabe que o ginásio fecha às 20h não sabe?". Não, não sabia, não era isso que estava no site (sim, porque quaisquer que fossem as minhas dúvidas, relativas ao funcionamento do ginásio, só esse site me poderia esclarecer).
Olhei para o relógio: 19.37h, mordi os lábios e, de ombros descaídos retomei o caminho para casa... Depois de vir o caminho todo a mal-dizer a minha sorte, avistei ao chegar, o centro cívico. Nesse momento decidi que não valia a pena continuar numa espiral de auto-comiseração, peguei nos documentos necessários e dirigi-me ao luminoso centro, onde, na silenciosa biblioteca me fiz membro. Agarrei no livro de Mary W.Shelley, "Frankenstein" e voltei para o conforto do meu lar.

Já em casa agarrei numa taça de cereais e numas bolachas e, assim acompanhada, assisti ao espectacular  filme de Clint Eastwood: "Gran Torino". Um dos meus favoritos, daqueles que em vez de esvaziarem uma pessoa de emoções conseguem encher as suas almas de significado. Tenho receio que, com a chegada de romances extraordinários, que não aportam qualquer tipo de significado novo às nossas vidas (como é o caso da saga "Crespúsculo") a literatura e a sétima arte se reduzam apenas ao entretenimento, esquecendo a nobre função de formar consciências e alargar horizontes.


Ao vaguear ainda sem sono pela internet, encontrei a nova música de Michael Bublé, que, como todas as outras músicas do artista, me deixa um bom sentimento de leveza e a sensação de que tudo correrá bem:


Até breve...

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