Morrer poeta

Era uma vez uma menina, que pensava que nascia para ser poeta, para engrandecer as coisas pequenas,
alargar as fronteiras do próprio corpo,

olhar para o mundo dentro de si.
Para ir mais longe que a própria vida
e confundir os outros com as suas palavras...

Mas quando a menina se fez mulher, contemplou o mundo à sua volta e sorriu,
estava cansada de olhar só para si,
de escrever palavras que só ela conhecia,
de viver histórias na sua cabeça
e construir castelos na areia.
Com o seu olhar vazio de mundo, a menina agora mulher pegou nos seus poucos pertences,

despediu-se da vida que não era sua,
e dirigiu-se à estrada que nascia dentro de si.

O seu destino é o próprio destino,
o de fazer-se pequena no mundo,
de contemplar cada nascer e pôr do sol,
como se, a cada dia, contemplasse o seu próprio nascimento.

Morreu para ela mesma, para que no mundo pudesse nascer,
renasceu um ser vivente, um ser que vê, respira e ama...
E agora enfrenta um infinito que nunca poderá abarcar,
como um marinheiro enfrentando as fúrias dum revolto Mar.

E nesse confronto, que existe em tudo, ela encontrou a sua própria luta,
renasceu visionária,
para mostrar o que os outros tardam em ver,
para dizer: "Parem... o mundo é vosso e espera apenas uma oportunidade para vos ensinar a viver..."

1 comentários:

marisa | 18 de novembro de 2009 às 23:37

Adorei o poema...
Faz sonhar..

Beijo

:D

Enviar um comentário

Leia os artigos antes de comentar.

E se quiser seguir a discussão basta clicar em "Subscrever por e-mail" para receber todas as novas mensagens deste artigo no e-mail.

Related Posts with Thumbnails