Incerteza


Não tenho escrito muito, o que por si só é algo raro. Na verdade, nunca conheci ninguém que se agarrasse tanto e de forma tão séria à escrita como eu.

Nos últimos tempos, sempre que escrevo, para além do enorme esforço que isso agora implica, parece que só encontro as palavras erradas para expressar, como aconteceu no último post. Creio que foi a solidão e a total consciência do quão desamparada e frágil estou, que provocaram esse desabafo.

Contudo, desde esse turbilhão de emoções pude finalmente acalmar, apesar de me arrepender profundamente de ter escrito o que escrevi; mais pareciam uns devaneios de uma velha louca. Mas sei que apagar esse post seria o mesmo que fingir que o passado não aconteceu, e, no fundo, não passaria de um desesperado acto de cobardia.
Tenho cometido tantos erros desde que aqui cheguei; mostrando o meu sorriso a quem me magoa e uma dura face a quem tenta aproximar-se. Tenho sido falsa (comigo mesma inclusive), hipócrita, ignorante, insegura, pateta e um insensível bloco de gelo.
Mas para mim parece-me claro que, tal como não fui capaz de me impedir de publicar aquele triste post, também não sou capaz de esconder debaixo das minhas defesas os meus verdadeiros sentimentos. O meu problema neste momento, aquilo que me escapa mesmo sem querer, é o facto de eu não ser ainda capaz de compreender a ambiguidade desses sentimentos.
Na maior parte do tempo sinto-me feliz e optimista, isso sou capaz de reconhecer. Contudo existe algo mais por detrás disso, algo que só posso vislumbrar quando essa alegria é abalada – quer pela rotina do dia-a-dia, quer pela mágoa dos momentos mais duros e mesmo na ausência de apoios.
Esse incompreensível sentimento assemelha-se a uma estranha insatisfação em oposição ao meu medo perante a profunda incerteza que cria já raízes no meu coração. O resultado é um “sentimento” que não posso definir, mas que nunca me deixa parar ou desistir, por muito que magoem as circunstâncias e por muito que o peso da ausência me tente vergar.

1 comentários:

Papaxim | 2 de novembro de 2009 às 22:21

Bem... estou aqui a invandir este post que ainda por cima é tão pessoal, para comentar a 1.ª vez o teu blogue... Desde já, peço desculpa por isso...

Contudo, gostava de dizer-te que o segredo está mesmo nessa tua última frase... Nunca desistas!

=)

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