Antes de mais tenho que agradecer pelos vossos comentários... e vocês dizem que eu escrevo bem! A inspiração que sinto vem das pequenas "surpresas" que me deixaram:)
Uns verdadeiros tesouros, por isso: Obrigada a todos:)
E só por causa das vossas palavras não me apetece falar de coisas banais, como o facto de continuarmos à procura de casa, estarmos em stress porque temos um trabalho para apresentar amanhã em espanhol, porque continuarmos ansiosas a interrogarmo-nos se seremos capazes de enfrentar toda esta experiência...
Apesar de todas as nuvens que cobrem o meu céu tento desfrutar de todos os momentos de sol perfeito porque não só nos maus mas também nos bons momentos conhecemos o nosso carácter. Porque é nesses momentos de maior alegria que os nossos problemas desaparecem para dar lugar à felicidade, o momento em que o nosso ego baixa as suas defesas por uns segundos e somos verdadeiros! São nesses momentos que definimos e enriquecemos o nosso carácter de sentimentos poderosos, sentimentos que podemos guardar para sempre para nos fortalecerem nas alturas que mais precisarmos.
Quanto ao facto de eu precisar de ir para longe do local onde nasci. Creio que nesse local familiar já me encontro condicionada, porque sei as expectativas que os outros têm e sei o que esperam de mim...
Assim, num local diferente é um novo começo, porque ninguém me conhece, ninguém tem expectativas sobre a minha maneira de ser, sobre as minhas acções e atitudes! Um novo começo, só tendo que enfrentar as minhas próprias expectativas, limitações e sonhos... o que afinal se revelou complicado, porque eliminando o familiar começamo-nos a aperceber de certas coisas que antes não éramos capazes de notar em nós...
Comecei a pensar que, se calhar, tinha certas atitudes porque sabia que era isso que os outros esperavam de mim (podiam até nem esperar isso)... agora sinto que algumas atitudes não têm sequer sentido para mim, sinto que, no fundo, não eram verdadeiras!
O que fazer agora? Aceitar é o passo mais complicado... Porque realmente a maior parte das coisas que sentimos derivam do nosso ego, cujo principal objectivo é proteger-nos dos perigos do mundo exterior, é a nossa carapaça que reflecte todas as coisas más que nos atiram, e reflecte, muitas vezes coisas boas com as quais não estamos preparados para lidar...
Mas, será que temos que eliminar o nosso ego? Será sequer possível viver sem ele, será que conseguiríamos viver sem a sua protecção...? Parece que o nosso ego é só uma fase de transição (da qual muitos não conseguem sair) até termos conhecimento suficiente para conseguir caminhar sem o seu apoio.
Claro que ninguém escreveu ainda um manual concreto sobre o assunto, mas para mim, a melhor terapia é mesmo a escrita... porque, ao reler as minhas palavras consigo analisar mais objectivamente os meus sentimentos, sem estar cega pelas minhas próprias expectativas. Porque acho que, para nos conhecermos melhor, temos que criar um certo distanciamento... na realidade não somos o centro do mundo...

Eu sei que já estão fartos das minhas divagações... mas eu tinha que recuperar destes dias todos sem escrever:)
Na fotografia estão os nossos coleguinhas da nossa turma de Buceo Científico:)
Parabéns Paulinho, ouvi dizer que tiveste uma festa espectacular, tenho pena de não ter estado por aí para tocar guitarra:) E parabéns a todos que organizaram a dita cuja (lool)!
Música do dia:
"The story" Brandi Carlile